Hoje vi o discurso que o Senador Jamie Raskin deu ontem, a propósito do golpe no Capitólio. No dia do golpe, ele e a filha mais nova, juntamente com o marido da outra filha, estavam no Senado. Foi o dia a seguir a ter enterrado o filho do meio, que se tinha suicidado. Impressiona que ele estivesse lá a prestar um serviço à nação, numa altura em que muitos estariam em casa a observar o seu luto pessoal.
O discurso é muito eloquente e emotivo, pois narra uma história pessoal marcada pela tragédia e a história americana é, antes de tudo, um retalho de histórias pessoais. Aliás, a Biblioteca do Congresso tem uma colecção de histórias orais de cidadãos comuns, que faz parte do acervo histórico do país. É normal estar-se no carro a conduzir e ouvir uma dessas histórias nas estações da National Public Radio, na rubrica StoryCorps.
Com a ubiquidade das câmaras de vídeo, agora temos também o testemunho de imagens recolhidas informalmente, como as que foram hoje apresentadas durante o julgamento de impugnação do Presidente Trump, recolhidas por sistemas de vigilância vídeo, telemóveis, câmaras em uniformes de polícias, etc. Registos da história em tempo real não faltam e não há como dourar a pílula: o que se passou é uma nódoa negra. Esperemos que o Senado não seja cobarde desta vez.
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