domingo, 29 de agosto de 2021

Incompreensão

O serão de sexta-feira cá em casa foi absolutamente maravilhoso, pois os meus amigos portugueses de Memphis (só conheço uma família aqui) vieram jantar cá a casa. É sempre muito especial falar em português europeu porque gosto muito da sua sonoridade, mas poder falar de arte, livros, história é mesmo um privilégio e, nesse aspecto, sou mesmo priviligiada pois tenho bastantes amigos por todo o lado e acho-os bastante interessantes, apesar de também serem muito diferentes.

Depois aconteceu o dilúvio do ar condicionado e tive de chamar o canalizador outra vez. Obviamente que estou imensamente grata por ter vindo ajudar-me nesta altura, mas ele e a esposa também estavam muito agradecidos de poder ganhar algum dinheiro extra. Disseram-me que eu era uma pessoa muito fácil para quem trabalhar: tratava-os bem, a casa era arrumada e limpa e não tinha baratas, nem outras pestes, pagava a tempo e horas e bem, e eles já pensavam em mim mais como uma amiga do que como uma cliente.

Esta foi a segunda vez que pessoas que trabalham em reparações ficaram surpreendidas que eu os tratasse bem. Quando me mudei cá para casa e contratei um senhor para me ajudar com a reparação das paredes e lhe ofereci almoço e nos sentámos juntos à mesa, ele achou estranho. Nunca ninguém lhe tinha feito isso. Ontem, a este casal, como eu ia buscar jantar fora, perguntei se queriam alguma coisa e também tiveram a mesma reacção.

Não percebo.

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