Em termos de intervenções militares é que houve uma clara retracção: não houve intervenção na Síria depois do uso de armas químicas em 2013, contrariando a linha vermelha que Obama traçou em 2012; ficaram de lado quando o avião da Malásia foi abatido sobre solo ucraniano (2014); no mesmo ano, depois da Crimeia ser anexada à Rússia, também abdicaram de interferir. No seguimento da eleição de Donald Trump, a política não mudou em nada. O assassinato de Jamal Khashoggi, em 2018, veio à luz do dia por via do governo da Turquia, uma situação deveras confrangedora tanto para os países europeus, como para os EUA, que não demonstraram interesse em que se soubesse a verdade. A única missão mais arriscada ainda foi a caça a bin Laden, cujo assassinato foi bastante cirúrgico e não causou um novo conflito.
Ou seja, a saída do Afeganistão é congruente com a política international americana dos últimos 10 anos. Que os países europeus tenham saído antes e não tenham evacuado os seus cidadãos mais os trabalhadores locais que os auxiliavam é um falhanço dos europeus, não é um falhanço dos americanos; os americanos ficaram para trás a tratar da segurança tanto de americanos, como dos outros. Obviamente que o planeamente e execução da saída americana tresanda a incompetência e não é aceitável o que os americanos fizeram. Só que também não é aceitável que os europeus venham dizer que foram apanhados de surpresa por uma América que já anda em modo "não me meto mais nisto" há uns 10 anos.
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