Acho que foi ontem que o Biden "aconselhou" o Andrew Cuomo a demitir-se, dada a conclusão de uma investigação que saiu esta semana que ele assediou mulheres. Eu vi a notícia da conclusão, mas não ouvi coisas concretas que eu qualificasse de assédio. Por exemplo, recordo-me de uma notícia em que uma jovem disse que ele a tinha assediado num casamento de uns amigos comuns porque lhe perguntou se a podia beijar. Pelo que compreendi aquele beijo era tipo um cumprimento, não era um ósculo no sentido romântico da coisa e ele fez a pergunta à frente de muita a gente. Claro que, quando é realmente assédio, também não é romântico. Pode ser que nos dias de hoje este comportamento seja repreensível, o que nos leva a temer por Marcelo Rebelo de Sousa. Assim que a pandemia terminar, MRS não conseguirá resistir a uns beijitos. Até porque da forma como o país está, ele vai ter de beijar muita gente e, se calhar, até sapos antes de os engolir.
Regressando ao nosso tópico, o Governador Cuomo vai ao charco de certeza, é só uma questão de tempo, e vamos ver se não leva o irmão com ele. Isto de misturar jornalismo com irmãos no poder é uma coisa normal em Portugal. Nos EUA é um bocadito mais arriscado. O problema do Cuomo não é tanto o assédio; afinal, o Biden foi acusado de assédio sexual e está onde está. É mais o facto de ele ser homem e ser um forte candidato à Casa Branca. Só que os democratas não precisam de mais um candidato homem, especialmente se o candidato é branco. Esta reputação de cometer assédio sexual até dá jeito para o eliminar.
Qual é a "coisa normal em Portugal que refere"? Os irmãos Costa? É isto inadmissível no farol da ética que são os EUA? Ou um deixava de ser jornalista ou o outro abdicava de uma carreira política, é isso? Parece sobranceria.
ResponderEliminarComo dizia o António Costa, cada um tem direito à sua verdade. A minha verdade é que não é sobranceria; é conflito de interesse tanto nos EUA como em Portugal um jornalista comentar as coisas do irmão que é político e foi exactamente isso que o Chris Cuomo fez e o Ricardo Costa faz. A diferença é que o Chris Cuomo foi criticado por colegas por o fazer e o Ricardo Costa não é. O Ricardo Costa não precisa de abandonar o jornalismo; apenas precisa de se abster de comentar as política do meio-irmão.
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