domingo, 23 de janeiro de 2022

Ubiquidade

Telefonei à minha cabeleireira na semana passada para fazer uma marcação, mas estava com Covid. Já suspeitava que ela não se tinha vacinado e ela confirmou -- usei sempre máscara quando lá fui, desde o início da pandemia, e vejo-a quase uma vez por mês; só falhei na máscara uma vez. Fiquei um bocado preocupada com ela, mas safou-se apesar de ter dito que se sentia como se fosse para morrer. 

O problema da vacina, dizia-me, era que fazia as pessoas doentes: ambos os filhos dela tiveram reacções fortes quando tomaram a vacina, mas devem ter bem menos de 24 anos. Eu tive reacção à segunda dose, mas tenho a impressão que foi por ter sido mal administrada, pois fiquei com uma enorme nódoa negra, logo uma veia foi perfurada, se calhar. A terceira dose, que tomei na Terça-feira, só me deixou o braço dorido.

Enquanto que uns se chateiam de a vacina que não tomaram os fazer doentes, outros ficam gratos de a vacina não os ter deixado tão doentes. Um amigo meu que me telefonou ontem é um dos que sente gratidão porque a família está toda vacinada. O filho dele mais velho apanhou Covid há umas duas semanas e pegou-lhe e à esposa. Os outros dois filhos, que são mais pequenos, ainda não apanharam, mas ele contava-me que se acontecesse alguma coisa aos miúdos e estes não estivessem vacinados, sentiria uma enorme culpa. A prioridade dele era mantê-los protegidos, especialmente de efeitos de longo prazo logo foram todos vacinados. Convém dizer que o pai dele é médico; a esposa é enfermeira numa escola primária privada. 

Na Terça-feira, fui almoçar com dois amigos meus, com quem trabalhei há quase uma década. Cheguei com dois minutos de atraso, mas assim que aterrei na cadeira e os cumprimentei, um deles perguntou-me se eu já tinha apanhado Covid. Ainda não, respondi, e ele informou-me que já tinha tido duas vezes. O outro ainda não apanhou, apesar de estes dois saírem para almoçar quase todos os dias desde que trabalham juntos: 11 anos, praticamente. A discussão prosseguiu para o nosso tipo de sangue, que eles desconhecem, mas eu sou O+, o que parece ajudar. 

Já não deve faltar muito para nos tocar a todos.



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