Para os últimos dois Porta-Vozes do GOP, nem tudo foram rosas. Tanto John Boehner como Paul Ryan tiveram forte apoio inicial e as coisas deram para o torto. Ambos saíram do Congresso e da política depois das suas más experiências. McCarthy parte de uma posição mais frágil que os outros dois, logo o é quase certo que também acabe mal.
Na Quinta-feira, escrevi um e-mail à minha vizinha de Houston, a tal que tem 97 anos, prestes a fazer 98, a perguntar o que ela achava da saga do McCarthy. "Our country is in disarray," respondeu e disse que gostaria de ter estudado mais Cidadania (Civics) porque havia muitas coisas que se passavam e que ela não entendia. Ela é uma consumidora voraz de notícias e até lê a revista The New Yorker todas as semanas, para além de ter vivido momentos tão dramáticos da história americana, logo estranho que ela se ache tão perdida, mas não é a única.
Contei a minha surpresa no Zoom semanal com as amigas de Houston porque, na minha ideia, a minha vizinha viveu a Segunda-Grande Guerra, o assassinato do Kennedy, o Movimento dos Direitos Civis... Comparado com isso, nós somos uns privilegiados, mas elas disseram-me que hoje há muito mais notícias e as pessoas sabem tudo o que se passa no mundo. Para além disso, a comunicação social era mais decente e os malucos de antigamente andavam de cones de alumínio na cabeça, não andavam a tentar derrubar o governo, explica-me uma das amigas que entrou agora para a década de 60.
Desisti de defender o meu ponto de vista, de que vale falar no Ku Klux Klan, ou na indecência que foi o óbito do poeta Robert O'Hara no NYT. Este enviesamento é normal; temos tendência para romantizar o passado e, porque sabemos o que aconteceu no passado, achamos que era muito mais certo do que o nosso presente que ainda tem um futuro indefinido, ou melhor, desconhecido.
Rita, porque é que os democratas não viabilização a candidatura de Kevin em vez devo obrigarem a ceder à ala mais louca dos republicanos?
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