Já a Rita americana em vez de tratar dos impostos a tempo e horas, que este ano até era a 17 de Abril, porque o tradicional dia 15 calhava no Sábado, andou a engonhar e, uns pares de dias antes, enviou um email para o seu contabilista a pedir para entregar um pedido de extensão do prazo. Depois levou meses a tratar da coisa. Só tratou no último dia de Julho e foi porque o contabilista lhe disse que era melhor tratar antes de ele ir de férias, senão ela tinha esperado até Outubro, quando terminasse o prazo da extensão, preguiçosa como é, só faz aquilo que lhe agrada. Como hoje.
Hoje, quinta-feira, dia do relatório semanal das exportações agrárias americanas, que sai às 7:30 da manhã, a Rita americana já estava em frente do computador minutos antes, até porque também sai, à mesma hora, o mapa de monitorização da seca. É um dia espectacular, com tanto número e mapas coloridos com que brincar. Então a Rita americana passa o dia inteiro a pastorear números e a enviar emails e mensagens com quê, perguntam? Ora, mais números.
Já passava das 17:30 quando a Rita americana se apercebeu que já ia além da hora de terminar o serviço, mas que felicidade! E ainda estava esperta que nem uma alface salpicada de gotas de orvalho, aliás, pensava ela que ainda nem eram 15:00. Os olhos já estavam cansados e secos, as pernas precisavam de dar um esticão, mas a Rita americana insistia que não: ainda era preciso processar mais outro relatório, o da CFTC que saiu à tarde, e enviar mais um email à equipa a pedir comentários para o relatório que vai ser finalizado no Domingo de manhã -- é ao Domingo para ter a informação meteorológica mais actualizada para a próxima semana. Há quem vá à missa, a Rita americana vai ao Microsoft PowerPoint, o que dá no mesmo.
Por ano, a Rita americana tem direito a duas semanas de baixa médica, mas na semana dos impostos portugueses, quando estava febril e quase a delirar, não tirou sequer uma hora. E férias? Tem direito a 4 semanas de férias por ano (20 dias úteis), mais dois dias por motivos pessoais, e ainda só tirou 4 dias e meio o ano inteiro. E as férias de Setembro, que estava a planear fazer, a Rita americana já as adiou até Outubro, mas ainda nem sequer comprou o bilhete de avião. Ao menos, quando chegar a Outubro, já não terá de entregar os impostos.
É do piorio, a Rita americana. Só faz o que lhe dá na telha e não tem vergonha de andar sempre a adiar coisas.
"Dizia um nosso ilustre leitor, há uns posts atrás, que a Rita portuguesa"
ResponderEliminar- Ilustre leitora, salvo se "Helena" for apelido de homem que a Rita conheça. Insólito mas possível. Citação (com que eu não concordo):
"Mesmo longe continua a ser bem portuguesa, "deixar para último dia assuntos a tratar" li que estava doente... , as melhoras para essa doença que a imobilizou durante tantos dias. Coitado do ESTADO todos lhe batem, esquecendo que o ESTADO somos todos nós.
Helena/Cascais"
https://destrezadasduvidas.blogspot.com/2023/07/a-produtividade-da-funcao-publica.html?showComment=1690125924794#c4709404509830241015
Nota:
O campo destinado a usar o email como identificação não está activado e é por isso que não o usei. Se é intencional, nada a dizer.
Para se identificar quando faz comentários no Blogger tem de fazer o login da conta do Google e depois tem de usar um browser que permita a identificação. Aparentemente, o Safari da Apple não funciona bem e não deixa comentar com identificação, apesar de a pessoa estar com login feito.
EliminarQuanto ao leitor que é leitora, obrigada pelo esclarecimento, mas não era uma crítica à pessoa em si, por isso meti no geral, mas achei interessante o ponto de vsta porque, no que diz respeito a impostos, os americanos deixam os impostos para o fim do prazo, talvez mais do que os portugueses dado que, nos EUA, o imposto é calculado no formulário que se submete, logo se a pessoa deve ao estado tem de fazer o pagamento até a 15 de Abril ou no máximo 17, se 15 calha a um Sábado. Se deixam para depois o pagamento do que devem, o estado americano cobra juros. Pessoalmente, sou mais dligente em termos de impostos em Portugal do que nos EUA, o que até nem me favorece porque empresto dinheiro ao estado sem cobrar juros.