A polémica sobre a Jerónimo Martins transferir uma sede fiscal para a Holanda é tão absurda que nem merece comentário. Mas ontem, na SIC Notícias, Pedro Adão Silva adiantou uma explicação para o sucedido, no que foi secundado por aquele senhor simpático, ex- director do Expresso e cujo nome agora me escapa.
O que nos diz Adão e Silva? Alexandre Soares dos Santos transformou-se nos últimos tempos num “agente político”. Em vez de se “concentrar na sua actividade empresarial” deu-lhe, vá-se lá saber porquê, para se pôr a falar dos problemas da pátria e, de caminho, acusar, incompreensivelmente, a classe política de incompetência. Tem agora, no fundo, a resposta que merece.
Normalmente, os empresários são acusados (sobretudo pela esquerda) de actuarem na sombra dos gabinetes do poder, congeminando planos de enriquecimento pessoal à custa do erário público. Mas, pelos vistos, também não devem falar muito. Caladinhos é melhor.
Com uma classe política destas, o normal é que Alexandre Soares dos Santos comece a pensar em mudar-se de vez. Depois não se queixem.
Caladinhos...
ResponderEliminarPois. Que quem acredita no capitalismo puro e duro lembre que o capital não tem pátria, tudo bem. Cada um tem o direito de fazer o que quer com o seu dinheiro. Agora quem vem à TV como grande caudilho, caga-sentenças supremo da ética e da moral que todos devem seguir, e depois saca o seu e assobia para o lado, é hipócrita. E hipócritas destes, é de facto melhor que se calem; e que vão para o raio que os parta e se mudem de vez para um país onde não sabe bem pagar tão pouco (aos empregados) como cá (por exemplo a Holanda). Ninguém se vai queixar.
E pensar que já houve tempo em que este blog era de esquerda e de progresso...
João Campos
Essa de reduzir a actividade cívica de Soares dos Santos a meia dúzia de intervenções na televisão é mesmo uma atitude pequenino e, infelizmente, típica do que temos de pior.
ResponderEliminarNem sequer falo dos contributos de Soares dos Santos enquanto empresário, mas basta ver as actividades da Fundação Francisco Soares dos Santos para perceber o quão mesquinhas são muitas das críticas que se ouvem ao homem. Isto não é só ingratidão, é também falta de vergonha.