Deitar abaixo o que vem de trás, mesmo o que funcionava bem é um erro que se soma aos cortes cegos efectuados. Numa legislatura, o actual governo pode destruir muito do avanço conseguido nos últimos 20 anos. Avanço que colocou o nosso sistema universitário como o 22.º melhor.
Num momento em que Portugal se arrisca a perder milhares de alunos brasileiros de pós-graduação e a perder programas de cooperação com algumas das melhores Universidades internacionais (como MIT e a Carnegie Mellon), a política de ciência, ou a falta desta, está a desestabilizar centros de investigação e laboratórios associados, com alterações pouco claras nas regras de financiamento e de avaliação.
O memorando de entendimento não previa, nem defendia cortes na ciência, uma área em que a Troika considerava que o país tinha registado uma evolução muito positiva vista como determinante para o reforço do crescimento e competitividade.
A decisão de fazer cortes na ciência, inclusive superiores aos cortes na despesa corrente, é uma decisão política. É uma opção do actual Governo. Cortar em cérebro, mais do que se corta em gorduras é uma decisão errada que compromete o potencial de crescimento futuro do país. A forte redução nas bolsas de doutoramento e nas verbas para pós-doutoramento (programa ciência) são exemplos que vão contribuir para aumentar o já enorme fluxo de fuga de cérebros que o país enfrenta.
Os cortes não são, no entanto, o único problema. Dou aqui quatro exemplos.
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