Aplicando para cada líder político o método descrito na entrada anterior,
dificuldades inesperadas surgiram no caso de António José Seguro. Olhando para os dados, percebe-se a fonte dos problemas.
Como se pode ver
no gráfico, com dados até meados de Setembro, a correlação do índice de popularidade da Eurosondagem com o índice das
outras casas é negativa. Se admitirmos que existe uma variável latente que explique
estes dados, chamemos-lhe Avaliação de
Seguro, então, perante uma melhoria da Avaliação
de Seguro, o modelo vai prever efeitos opostos na Eurosondagem e nas
restantes casas.
Por outras palavras, suponham que, contas feitas, a Avaliação de Seguro tem correlação positiva com o índice de popularidade da Eurosondagem e negativa com as restantes casas. Assim, quando o Seguro subisse nos inquéritos da Marktest, da Católica ou da Aximage, o nosso modelo iria automaticamente considerar que a Avaliação de Seguro desceu. Convenhamos que não seria muito razoável.
Para resolver
este dilema considerámos a hipótese de construir dois índices distintos. Um com
base na Eurosondagem e outro com base nas restantes casas. Basicamente, sempre
que um índice subisse o outro desceria e o leitor que escolhesse em qual acreditar.
Acabámos por rejeitar esta solução e optámos por estimar o Filtro de Kalman
impondo a restrição de os coeficientes associados à variável latente serem positivos.
Assim, evita-se o paradoxo de ter uns índices sistematicamente a descer e a ter
a nossa Avaliação de Seguro
sistematicamente a subir. Não é a solução ideal, longe disso. Por esse motivo,
os nossos índices sobre a Avaliação de
Seguro devem ser lidos com toda a precaução e admitindo que podem estar
totalmente errados.
No futuro, com novos dados, tentaremos rever as nossas
contas e encontrar uma solução mais satisfatória.
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