Virtude é a paixão pela
realização do bem público, paixão que compete com as paixões mais baixas até
conseguir que estas se identifiquem com aquela.
Fortuna é a expressão do
resíduo irracional, do imponderável, do imprevisto, da margem de
inexplicabilidade que se encontra em toda a história. Os homens são iguais por
natureza, pois todos nascem com as mesmas capacidades. Mas a fortuna distribui
de um modo caprichoso e injusto as vantagens meramente acidentais do mundo, o
que leva à desigualdade e, com ela, à inveja e à competição.
A arbitrariedade da fortuna
desafia-nos constantemente a reafirmar a virtude, pela lembrança de que a
virtude, essa, não é uma dádiva da fortuna, nasce, pelo contrário, da vontade
do Homem.
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