Corri mundo sem parar,
Sem me deter fiz de tudo,
Pito feito e bico mudo.
Dei co’as trombas no altar
Com um gajo façanhudo.
Não quis saber de fachadas.
Tinha um marido maricas
Que não suportava cricas,
Fui levar umas bem dadas
Do filho da tia Micas.
Fui do primo ao cunhado,
Da irmã passei ao tio
E ao senhor prior D. Pio.
Mostrei-lhes, em fofo estrado,
Orgias, quadras e trios.
E vieram mais amigos
Da família de renome
Dos que ninguém mais come.
O corno, cheio de umbigo,
Não me via passar fome.
Banqueiros e generais,
Deputados da nação,
Vieram comer-me à mão
Com ouros e outros sais
Ou com ovas de esturjão.
O lucro era bem-vindo
Mas o prazer muito mais.
Lá zarpei daquele cais;
A idade vai fugindo
Para brincar aos casais.
Tive na mão muita porra
De gente ilustre e garbosa.
Banhada em água de rosa,
Portei-me como uma zorra
Que ganha e ainda goza.
(Poema apócrifo dedicado ao programa das Quartas-feiras proposto pela Rita)
Ainda bem que eu colecciono lápis de colorir--assim posso ter muitos amigos!
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