quinta-feira, 28 de maio de 2015

Modernices II

Se fulano disser que é heterossexual, ficamos a saber alguma coisa a respeito do seu carácter ou personalidade? Não, claro que não. A igualdade plena dos homossexuais será atingida no dia em que toda a gente perceber que devemos responder da mesma maneira a esta pergunta independentemente de lá estar escrito heterossexual ou homossexual. Parecem-me por isso contraproducentes muitos dos movimentos de orgulho gay. Inadvertidamente, alimentam o preconceito de que o simples facto de serem homossexuais os torna diferentes de todas as outras pessoas. 

2 comentários:

  1. Também tenho essa impressão. Quanto mais catalogamos as pessoas, mais as diferenciamos. Se o objectivo é integrá-las, pode ser contra-producente.

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  2. Caro JCA,

    A ILGA teve um anúncio, há uns anos (vi no cinema, salvo erro), que achava brilhante:

    Apereciam dois rapazes (20-ish) bem tonificados, com T-shirts de cavas, a passear num jardim de mãos-dados. E duas velhotas, num banco, a dizerem que não tinha jeito nenhum, que era uma vergonha - e uma rematava: "Com este frio e sem mangas? Onde é que já se viu?"

    O importante é isso: o direito à indiferença. Às pessoas acharem normal "cenas" (para usar a expressão) dessas. Mas isso passa igualmente por assumir que as situações não são nem podem ser iguais a outras e deixarem de tentar obter igualdades artificiais. O movimento LGBT mais militante faz-me lembrar alguns movimentos feminisitas dos anos 70 que, no limite, se viraram contras as próprias mulheres.

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