quarta-feira, 11 de novembro de 2015

De rir...

Ao ler a peça do Paulo Pena, no Público, sobre a votação na Assembleia da República, não pude conter fortes gargalhadas com esta parte:
Mas o sistema electrónico que auxilia as votações falha. A deputada comunista Rita Rato aparece registada na bancada do Bloco. Acordo sim, mas não tanto... Ferro Rodrigues hesita. É Luís Montenegro, líder parlamentar do PSD, que sugere a forma de ultrapassar o impasse: votação fila a fila, dispensando o botão. Os deputados têm de se levantar para votar a favor, contra, ou absterem-se.
Os pragmáticos estavam prestes a ser derrotados; os que deviam ter as coisas sob controle hesitavam. É bom demais! Parece aquela piada do Obama sobre os candidatos republicanos: "If you can't handle those guys [CNBC moderators], Chinese and Russian aren't going to be too worried about you."

E, por fim, as palavras de António Costa:

"No dia em que qualquer deles sentir a necessidade de apresentar uma moção de censura, é a mesma coisa que qualquer um de nós meter os papéis do divórcio: nesse dia o casamento acabou, o Governo acabou."
Revelam claramente que, afinal, sempre nos mentiu: derrubou o governo sem ter uma alternativa séria de governação; apenas queria ser Primeiro-Ministro. Que tenha bom proveito e que quem o apoia tenha noção da sua falta de patriotismo. Nem um acordo conseguiu firmar com três pessoas, como é que espera governar 10 milhões?

9 comentários:

  1. Rita, por várias vezes afirmou que o PS não deveria derrubar o governo se não tinha uma alternativa séria de governação. Parece-me que afirmar isso NESTE MOMENTO é irracional:
    a) O governo da PaF não era uma "alternativa séria de governação", pois não tinha no parlamento apoio para fazer passar as suas medidas. Como se comprovou ao ser derrubado hoje. Sejamos claros: a PaF teve a oportunidade (e a obrigação) de ser a primeira tentar criar um governo de apoio maioritário, e não o conseguiu (e segundo a minha visão nem sequer o tentou a sério – basta verificar o tempo despendido pelo PS na criação das alternativas e o tempo despendido pela PaF para o mesmo). Isso mostra que também não conseguiu um acordo (e neste caso com 1 só pessoa).
    b) A alternativa PS pode ou não ser uma "alternativa séria de governação". Só o saberemos no futuro, em função do comportamento futuro dos partidos que a apoiam. Não estou esperançoso, mas também não ignoro o "cimento" fornecido pelo exercício do poder – tem a capacidade de tornar demissões irrevogáveis em outras coisas... No entanto, se não o for, teremos novas eleições, e a possibilidade de uma nova configuração eleitoral.

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    1. Não concordo com essa análise por uma razão: António Costa. São as intrigas deste senhor que inviabilizam qualquer governo de esquerda ou direita em Portugal. Basta pensar que ele derrubou António José Seguro do PS e teve pior resultados do que ele. Ou seja, o PS com António José Seguro teria tido uma maior probabilidade de ter uma maioria ou, tendo minoria superior à do PSD, o PSD teria viabilizado um governo PS de minoria, e nós não andaríamos neste circo. António Costa é o problema e os socialistas não só não defendem os interesses do país, como são completamente incapazes de defender os interesses do seu partido. O país sobrevive, mal ou bem; o PS pode sempre tornar-se menos relevante--o que há mais são partidos.

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    2. É mais ou menos como o tipo que mata o pai e a mãe e depois pede ao tribunal clemência por ser órfão.

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  2. Não me leve a mal Rita, mas vive nos EUA não acompanha as especificidades da vida política em Portugal e é a autora do blog que mais fala sobre a política portuguesa, um pouco contraproducente não acha.
    Nos últimos 4 anos tivemos um 1º Ministro que se dizia liberal (de liberal nada tinha, a não ser privatizar empresas) e que achava que a austeridade levaria a crescimento económico. 4 anos depois temos um PIB per capita inferior, uma taxa de desemprego mais elevada, um rácio Dívida/PIB mais elevado, a taxa de inflação é baixa pois é determinada por uma entidade externa. Nesse período de tempo sugeriu aos portugueses que emigrassem e para não serem piegas. Eu não sei se a Rita é liberal e detesta o socialismo, apenas pretendo mostrar que de liberal o anterior Governo nada tinha foi aquele que mais aumentou impostos (os governos liberais reduzem os impostos). Nem sequer entro em pormenores pessoais acerca do anterior primeiro-ministro que demonstravam a sua incapacidade e inaptidão para o desempenho do cargo. Do vice acho que nem vale a pena falar (submarinos, herdades de sobreiros, Jacinto Leite Capelo Rego). Eu não sei se o próximo Governo vai ser bom ou mau, sei que o anterior foi mau por isso terem sido afastados do poder (o célebre pote) da forma como o foram foi o cenário ideal (fizeram a festa e tiveram que apanhar as canas).

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    1. Conclusão: Rita, não leves a mal, mas está lá caladinha.

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    2. Conclusão: como na última legislatura levámos "pancada", agora podemos experimentar ser "atropelados" para ver se melhoramos. Que bom.

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  3. Rita,

    O Costa como "político popular" (nas versões "nacional-populista" (Paulo Portas), "homem sério" (Passos Coelho), "homem do povo" (Jerónimo de Sousa) e "intelectual" (Francisco Louçã)) falhou redondamente. No entanto, como operador e manobrador político já dava masterclasses - o Frank Underwood que se ponha a pau.

    Ele conseguiu - e o principal "levado" foi o PR - transformar uma derrota numa quasi-vitória. Agora precisa de a consolidar. E a única maneira de o conseguir será destruir as lideranças à direita. Prepara-te (caso Costa seja empossado) para um ano de política muito, mas muito suja.

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    1. Sim, o Costa é um grande mafioso, como o Sócrates. É preciso ter a noção de que este tipo de gente não tem pruridos nem valores. O Costa está a tentar fazer o que Sócrates fez em 2009, para que quando houver eleições antecipadas o PS suba a votação e consiga pelo menos ter maioria absoluta com o Bloco de Esquerda, dispensando o PCP, uma vez que o Livre (uma criação de inspiração costista) não conseguiu esvaziar o BE.

      O Costa é especialista na politiquice. Basta ver o que fez para chegar ao poder na Câmara de Lisboa. Dividiram o voto à esquerda xuxa com a "independente" Roseta, para depois se juntarem todos no poder na mesma. Na eleição seguinte Costa teve maioria absoluta. É isto que ele procura a nível nacional, e para isso vai "besuntar" as mãos de quem depende do Estado: funcionários públicos, trabalhadores das empresas públicas, pensionistas, beneficiários de subsídios, tudo para, como já disse, ganhar votos e tentar chegar à maioria absoluta ou pelo menos obtê-la junto com o Bloco.

      É claro que para quem trabalha no sector privado e vai ter de pagar isto, faz todo o sentido opor-se a esta jogada que vai arruinar mais uma vez o país.

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