A direita portuguesa é acusada de
ser “neoliberal”, embora ninguém saiba bem o que isso significa. Agora, parece
que uma certa esquerda foi buscar ao baú dos "tesourinhos deprimentes" o epíteto “fascista”. Decidam-se. A direita ou é “neoliberal” ou é “fascista”. As duas coisas ao mesmo tempo é que não é possível. À
semelhança dos comunistas e de grande parte da esquerda, os fascistas detestam liberais
e liberalismos.
Questão 1: qual era o partido com que, nos primeiros tempos do governo de Mussolini (antes de implantarem o partido único), o Partido Nacional Fascista concorrria coligado às eleições?
ResponderEliminarQuestão 2: em que internacional esteve filiado durante décadas o partido austríaco criado pelos antigos militantes do Partido Nacional-Socialista austríaco, após a II Guerra Mundial?
Questão 3: comparar as teorias económicas de Vilfredo Pareto (sobretudo este) e Joseph Schumpeter com as suas opiniões políticas
Boas perguntas, Miguel Madeira.
EliminarMas mais ainda, o conceito "neo-liberalismo" (embora deva ser dito que muito abusado em linguagem corrente) é bastante diferente do conceito de "libertarianismo anarquista", e este de "liberal clássico". Se podemos dizer que o 2º (e parcialmente o 3º) são completamente opostos às soluções designadas como autoritárias (de que o "fascismo clássico" é um exemplo, tal como o "socialismo real"), não podemos afirmar de forma inequívoca o mesmo em relação ao primeiro. O "neoliberalismo" como proposto nos anos 80/90 incluí bastante de autoritarianismo e de "realpolitik".
Claro que para nos termos de preocupar com tal seria preciso que as etiquetas de "neoliberal" e "fascista" tivessem algum significado descritivo, em vez de serem usadas como simples insulto.
Uma das características de qualquer regime fascista é um estado forte e altamente interventor na economia. Foi assim com Mussolini e Hitler. Isto são os factos.
Eliminar"Uma das características de qualquer regime fascista é um estado (...) altamente interventor na economia"
EliminarNa Alemanha nazi, sim; no caso da Itália de Mussolini (apesar das proclamações retóricas de "tudo dentro do Estado, nada fora do Estado") não tenho tanta certeza (a ideia que tenho - mas reconheço que não tenho nenhum conhecimento aprofundado sobre o assunto - é que a principal e sistemática intervenção do governo de Mussolini na economia foi em restringir, e a dada altura eliminar, a atividade sindical - mas os casos de Pinochet e Thatcher indicam que ningém deixa de ser considerado um "liberal económico" por restringir a liberdade sindical; aliás, há rumores que o liberal Hayek, numa carta misteriosa a Thatcher que ninguém conhece o conteúdo, lhe terá sugerido proibir as greves)
"tudo dentro do Estado, nada fora do Estado", basta, de facto, esta famosa proclamação de Mussolini para excluirmos o fascismo italiano (que é a referência) de quaisquer leviandades liberais. O caso de Pinochet: era uma ditadura agressiva, como muitas que houve na América latina à época, mas nem todas as ditaduras são fascistas,
EliminarDito isto, concordo com o iv que "neoliberal" e "fascista" hoje em dia não querem dizer nada e são simples insultos (curiosamente, se trocássemos o "neo" obtinhamos palavras - "liberal" e "neofascista" - que parece-me que são usadas com um pouco mais de rigor)
Eliminar