O LA-C escreveu dois artigos
no “Observador” sobre a discriminação das mulheres no mercado
laboral. Socorrendo-se de vários estudos empíricos, conclui que até nos países
mais igualitários, como a Dinamarca, as mulheres ganham menos que os homens nas mesmas funções. O LA-C acha que essas diferenças são, em grande parte,
socialmente induzidas. Nada a opor. Deixemos agora a biologia de lado, que
algum papel terá também nesta história - basta dizer que os homens não têm mamas e são fisicamente mais fortes, e não há educação ou cultura que apaguem estas
diferenças. Voltemos à questão “social”. Presumo que os homens são os grandes
responsáveis pela tal “indução social”. E as mulheres? Onde é que ficam as
mulheres? São apenas vítimas? Ou será possível que as mulheres também
discriminem outras mulheres?
Recorro a um estudo citado por
João Pereira Coutinho em “Vamos ao que interessa”. Dois cientistas sociais
israelitas fizeram um teste sobre as vantagens e desvantagens da beleza
feminina no mundo laboral. Elaboraram dois currículos com informações
académicas semelhantes e enviaram-nos para 2500 ofertas de emprego. Havia,
contudo, uma diferença nos dois currículos: um tinha uma foto de uma mulher bonita
e o outro não tinha foto.
Resultado? As mulheres bonitas
têm uma desvantagem competitiva no mercado de trabalho e recebem menos
entrevistas de emprego do que as restantes (sem foto). Talvez a explicação deste
resultado resida no preconceito absurdo de que “beleza e inteligência não jogam
na mesma equipa” – relativamente a esta problemática, lembro-me sempre do
exemplo dado há anos pelo MEC: Sam Shepard, um homem bem-parecido e um grande
escritor, é a prova de que a natureza é completamente injusta, ignorando qualquer
forma de democracia ou igualdade.
Mas talvez a razão desta
discriminação seja outra. Nos departamentos de recursos humanos, onde foi feita
esta selecção, trabalham sobretudo mulheres: 93%. João Pereira Coutinho conclui
que Freud estava errado. A “inveja do pénis” é um conceito datado, “se existe
inveja nas mulheres, elas nasce entre vaginas”.
"basta dizer que os homens não têm mamas"
ResponderEliminarBasta ires à praia para veres homens com grandes mamas, pá!
Se o estudo israelita foi feito assim então está mal feito e é inconclusivo: para se poder dizer que a diferença estava no facto de as mulheres serem bonitas, teria de se enviar alguns currículos com foto de mulher bonita e outros com foto de mulher feia. Só o facto de se mandar foto pode ser visto como inapropriado por muito recrutadores.
ResponderEliminarNão conheço esse estudo. Um que conheço chega aos mesmos resultados quer para homens quer para mulheres e é independente do sexo de quem recebe os CVs.
ResponderEliminarO estudo que o Zé Carlos refere deve ser este: http://www.economist.com/node/21551535
ResponderEliminarSim, é esse, o JPC evocou a revista The economist, foi aí que ele teve conhecimento do tal estudos dos dois israelitas
EliminarO paper está publicado aqui: http://pubsonline.informs.org/doi/abs/10.1287/mnsc.2014.1927
EliminarA revista Management Science, onde foi publicado, é muito boa.