Um ministro das obras públicas não tem de ser nenhum
especialista em pontes ou estradas. Deve, isso sim, ter uma boa equipa técnica
que lhe apresente as várias soluções possíveis para um problema.
Depois, tem de escolher a melhor solução do ponto de vista político, aquela que
o povo pode aguentar e compreender melhor - o que implica conhecer muito bem o país em que se vive. Deve ainda ter a capacidade fundamental de saber comunicar
para as massas - aquilo a que os antigos chamavam retórica, ou seja, a
arte da persuasão -, explicando os motivos de determinada
escolha. Em Portugal, os media ficam todos impressionados com os altos
currículos académicos de alguns governantes, como se isso dissesse alguma coisa sobre
a sua capacidade política. Ora, o cargo de ministro, convém sublinhar, não é técnico, é político. Talvez esta forma de escolher os ministros em Portugal explique em parte a má governação que nos fustiga há muito.
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