Falta de jeito

Noticia o Expresso que as exportações de bens para fora da UE recuaram mais de 25% em Janeiro, situando-se agora a níveis de Janeiro de 2011, quando o euro valia $1.337; este Janeiro, a cotação média do euro foi de $1.086. Para os que argumentam que o problema é fazer parte do euro, este resultado refuta essa hipótese.

Outra hipótese -- remota -- seria que a política do actual governo tinha sido, realmente, tão eficaz que tínhamos regressado a 2011, pois toda a retórica da actual política económica é que Portugal vai crescer pelo consumo interno, logo investiu-se fortemente em dar uma imagem péssima de Portugal ao mundo. Num país de salários miseráveis, onde o salário mínimo abrange uma porção significativa dos trabalhadores, sequer sugerir que se pode crescer pelo consumo interno devia suscitar mais risos do que ler o Inimigo Público, mas há pessoas que ainda levam a sério estas coisas.

Mas a verdade é um bocadinho mais prosaica: as exportações para Angola caíram quase 50% e para os países da OPEP também caíram bastante, ou seja, os nossos empresários apostaram em mercados voláteis (note-se que o preço do petróleo já está a baixar há mais de um ano) e geriram mal o risco da coisa. Não é o euro -- é a falta de jeito das pessoas. Não há nada de novo debaixo do sol...