A propósito da entrevista de Mariana Mortágua ao Público:
Um exemplo de populismo:
"Enquanto os orçamentos continuarem a repor salários e pensões, enquanto travar a austeridade e o empobrecimento, há condições políticas para apoiar este orçamento e os próximos, se eles forem no mesmo sentido. Essa é a única linha que nos pode orientar. Tudo o resto seriam critérios arbitrários que mudariam consoante o interesse."
Despesas com pessoal e prestações sociais são 65% da despesa total do Estado. Só vão poder aumentar se a economia voltar a crescer - lembro que salários e pensões pararam de crescer precisamente quando a economia parou de crescer, em 2001 (situação apenas alterada em anos de eleições). Dado que não vejo medidas, da parte do Estado, que mudem as condições que nos levaram à estagnação nos últimos 15 anos, esta entrevista da Mariana Mortágua é quase um anúncio de uma crise política para breve (sem qualquer responsabilidade do BE, como é evidente).
Um exemplo de desfaçatez:
"Este Governo permitiu oxigenar a nossa democracia."
Dado que Maria Mortágua estuda economia, comparar as condições de governação no período da troika com as condições actuais é de uma enorme desfaçatez.
Ando deveras incomodada com a miopia económica da Mariana Mortágua. Não sei como é que alguém com uma licenciatura em economia não percebe que redistribuição do rendimento não gera crescimento económico; pode gerar maior equidade na economia, mas tirar de uns para dar a outros num país que não cresce não tem grande repercussão no bem-estar nacional no longo prazo. Eventualmente, o país empobrecerá relativamente aos outros.
ResponderEliminarBoa tarde,
Eliminare se assumir que a Mariana Mortágua sabe perfeitamente o que diz, o que conclui? O problema do pais é mesmo esse, não é o interesse do país que lhes interessa, quanto mais caótico o pais estiver, melhor. A lógica deste tipo de gente.
Infelizmente isto só se combate com um povo educado, coisa que não temos.
António
"redistribuição do rendimento não gera crescimento económico"
ResponderEliminarE retirar de quem consome artigos de luxo importados para classes que consomem bens de primeira necessidade produzidos em Portugal?
O que é preciso é valorizar o conhecimento, isso é que não é nada populista.
ResponderEliminarA coligação do anterior Governo era fantástica, tanto era que o povo votou contra a trajetoria definida por ela para o rumo de Portugal. É por estas e por outras que a Suiça devia ser um modelo para os outros países com a sua democracia participativa, Talvez tivéssemos um Estado mais pequeno, menos burocrata, mas mais eficiente.
A "geringonça" está para durar, não vejo quais os benefícios eleitorais que BE e PC tirariam de quebrarem o compromisso assumido, os partidos seguem a sua orientação de modo a maximizar a sua função objetivo que é o número de votos, não percebo este tipo de análises que ignora isso que é o cerne dos partidos, tudo o resto é folclore, o bem estar das pessoas funciona como externalidade, nada mais que isso.