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quinta-feira, 7 de abril de 2016
Interstício: bês e vês
De norte a sul, do sul para o norte, vulcões, vias-sacras e venenos trocam de lugar com beatos, boatos e balões, ou melhor, são os bês e os vês que trocam de lugar talvez por serem duas letras solidárias e nada confusas.
Uma baca é uma vaca, um valoiço é um baloiço. Mas uma bela não é uma vela e ser vago não é ser um bago, e então a confusão ainda é possível, a solidariedade fica mais distante. E não se sabe como trocam de lugar estas letras, afinal solidárias aparentemente e pelo menos um pouco confusas, quando se trata de coisas óbvias, que serão óvbias ou até óbbias e óvvias de norte a sul, do sul para o norte, ou quando se trata de observar, ou ovserbar, o que quer que seja. São letras até certo ponto geográficas, pois sabemos que estamos no norte se nos falarem do berão, e sabemos que estamos no sul se nos falarem do inverno. E são letras até certo ponto antropológicas, pois sabemos que são povos do sul os que nos dão boas vindas, e que são povos do norte os que nos fazem botos de vom dia. São, por isso, letras fiáveis, ou fiábeis, ainda que não avsolutamente ou absolutamente. Há, ainda assim, suficiente solidez e ambiguidade quanto baste nestas duas letras e nas suas trocas para sabermos onde e com quem estamos e para não termos a certeza, como deve ser.
No meu país é o bê
ResponderEliminarQue se troca pelo vê
É o tu pelo você
O senhor pelo vossemecê
É na missa, a confissão
Pelo pecado carnal
A promessa da remissão
Pela oração banal
No meu país tudo se troca
A seriedade pela mácula
A razão por uma moca
Porque a justiça não fala
Trocam belas frase os doutores
Gente de muita ciência
Trocam cumprimentos, favores
Enquanto perdem a decência.
Troca-se tudo o que houver
E a quilo que não existe
Troca-se homem por mulher
Ou por algo que tu pediste.
Neste país d’onde eu sou
Anda tudo num baralho
Mas eu, daqui não vou,
Gosto disto pra ..ralho!