Depois de contar que tenho problemas de audição, duas das minhas amigas disseram-me que também tinham. Tenho a impressão que não ter uma audição perfeita é capaz de ser muito mais comum do que as pessoas pensam. Como já aqui disse, de vez em quando é chato porque os amigos e família acham que somos uns grandes chatos quando dizemos que não compreendemos o que foi dito e precisamos de clarificação. Ver TV e cinema também não é uma experiência 100% conseguida se nos escapa algum diálogo.
Mas, nem tudo é mau: pelo menos para mim, não ouvir bem também é uma grande conveniência. Estar num sítio e não conseguir distinguir certos registos de som permite-me divagar mais facilmente. Num dos voos de regresso da minha viagem de Washington, D.C., incomodou-me o barulho do motor do avião e pensei que chato seria ter de ouvir aquilo melhor, se fizesse a tal operação e fosse um sucesso. Encostei a minha cabeça à mão esquerda e tapei o ouvido mais competente. O som do motor ficou mais manso e eu mergulhei no meu mundo. Talvez tenha sido nessa altura que decidi que não fazia sentido esta operação.
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