Stephen Mihn, numa op-edu da Bloomberg, apresenta uma breve história do sistema de saúde americano e de como foi o resultado de uma série de acidentes. Não foi planeado e tem sobrevivido décadas, mas dados os custos crescentes está a entrar em declínio. Diz Mihn que, a meio da década de 60, quase 80% das pessoas tinham alguma forma de seguro de saúde; hoje em dia, o nível de cobertura através do emprego apenas contempla pouco mais de metade da população.
Quando o Affordable Care Act, vulgo Obamacare, foi introduzido, os críticos especulavam que o número de aderentes seria baixo, mas acabou por exceder as expectativas. O número de pessoas afectadas não inclui apenas os que compram seguro através de Obamacare, mas também, por exemplo, aqueles que estavam excluídos do mercado de seguro de saúde pelas seguradoras e que, após o Obamacare, deixaram de poder ser discriminados. O Obamacare também permite que jovens até 26 anos de idade possam fazer parte do plano de saúde dos pais.
Dan Gaba, um especialista em seguros de saúde, construiu uma folha de cálculo no Google onde estima o número de pessoas que perderão seguro de saúde se o Obamacare for repelido; neste momento, a estimativa dele é de 23,902,871, ou seja, cerca de 7,4% da população americana. (A folha de cálculo discrimina o número de afectados por representante do Congresso.)
Uma das medidas que Paul Ryan quer introduzir é limitar os benefícios fiscais das pessoas que obtêm seguro de saúde através de emprego. Neste momento, o prémio do seguro de saúde via emprego stá 100% isento de impostos tanto para a porção que cabe ao empregado, como ao patrão. Note-se que o prémio do seguro de saúde para quem compra via Obamacare não é 100% isento de impostos; mas dependendo do rendimento da pessoa, pode ser parcialmente deduzido do rendimento tributável. Quem tem baixo rendimento, pode ainda receber subsídios para comprar um plano de saúde via Obamacare. Muitos patrões também oferecem aos empregados Flexible Spending Accounts, onde se pode alocar uma porção do rendimento pré-imposto para despesas de saúde.
Paul Ryan também quer modificar o Medicare, o plano de saúde dos reformados, de forma a que se torne mais como um mercado de planos de saúde (que é o que é o Obamacare). Muitos reformados estão apreensivos acerca de modificações e já se exprimiram no Twitter.
Ou seja, o plano do GOP para repelir o Obamacare e modificar o actual sistema de saúde americano irá tirar benefícios e acesso a muita gente. Stephen Mihn acha que será tão destrutivo, que não seria surpreendente que os EUA acabassem por criar um sistema de saúde universal.
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