Esta semana, Mário Centeno sugeriu numa entrevista à Reuters que era possível que a economia portuguesa crescesse mais de 3% em termos homólogos no segundo trimestre de 2017. Se isto se verificasse, passaríamos de uma taxa de 2,8% no primeiro trimestre, para uma de mais de 3% no segundo trimestre, ou seja, uma aceleração de pelo menos 0,2%.
Lembrei-me de ir ver os dados históricos e contar quantas vezes é que a variação homóloga do PIB acelerou do primeiro para o segundo trimestre. Construí o seguinte quadro sumário, a partir dos dados do INE:
Nota: anos sombreados a verde indicam que
a Páscoa calhou em Abril nesse ano
Usando dados de 1996 até agora, uma aceleração só aconteceu sete vezes. Duas vezes, não houve diferença entre primeiro e segundo trimestre, e 12 vezes, houve desaceleração. Ou seja, desde 1996, a probabilidade de haver uma aceleração é de 33%.
Na minha contagem, também vi em que mês calhava a Páscoa. Desde 1996, a Páscoa calhou em Abril 15 vezes (anos sombreados a verde); dessas, apenas seis vezes houve uma aceleração. Em dois anos, ficou na mesma, e sete vezes houve uma desaceleração.
Se olharmos apenas para o desempenho histórico da economia portuguesa, concluímos que as expectativas de Mário Centeno não são impossíveis, mas são improváveis. O mais provável é haver uma desaceleração. Continuo a não perceber a metodologia usada para fazer projecções para a economia portuguesa e tenho dúvidas acerca dos benefícios de criar expectativas irrealistas na imprensa estrangeira.
Durante o governo PAF empobrecemos 3,7% em relação a 2010 e 6,5% em relação a 2016).
ResponderEliminarAnos pós crise do governo PS crescemos e anos pós crise do governo PAF decrescemos
Anos pós Crise
2008 178.872.581
2009 175.448.191
2010 179.929.812
Anos igualmente Pós Crise
2011 176.166.578
2012 168.397.967
2013 170.269.327
2014 173.079.055