“Sou tão bom como tu” é uma das ideias mais perigosas para a democracia, como há 90 anos Ortega y Gasset percebeu de forma perspicaz no seu mais célebre livro: “A rebelião das massas”. Sem as “minorias excelentes”, como lhes chamava o filósofo espanhol, a nossa civilização desabaria em três tempos. Tudo o que temos hoje ao nosso dispor não foi colhido das árvores, desde a democracia aos mil e um confortos materiais. Tudo isto é fruto do trabalho, do sacrifício e do génio descomunais de alguns indivíduos. A passagem pelo ensino superior devia servir, entre outras coisas, para percebermos que há pessoas melhores do que nós em muitas coisas ou competências, como agora se diz. Infelizmente, a própria educação alimenta hoje essa ideia igualitarista e fatal: “Sou tão bom como tu”. Não, não sou. E, na verdade, não é assim tão difícil admitir o óbvio.
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