Ontem vi o filme "Mal de Pierres", uma adaptação do romance de Milena Agus. O enredo é um estudo sobre como o amor, que contrasta o aspecto carnal -- a loucura da paixão -- com o aspecto platónico. No filme, acompanhamos a vida de Gabrielle, uma jovem francesa muito fulgorosa que tem tendência para se apaixonar como nos livros. Aliás, as suas duas paixões são por homens que lêem: o primeiro é um professor, que lhe oferece "Wuthering Heights", de Emily Brontë, como parte da sua educação, mas que ela confunde com uma declaração tácita de amor; o segundo, um tenente do exército francês, que lhe oferece um outro livro em cuja primeira folha se encontra inscrito o seu nome, André Sauvage, e morada.
Entre estas duas paixões, entra o marido, José, que foi convencido pela mãe de Gabrielle a se casar com ela, para poupar mais vergonhas à família. José é um homem simples e trabalhador, pedreiro de profissão, e que acha Gabrielle bela. Somos levados a crer que Gabrielle é bela fisicamente e é isso que agrada a José, até porque Gabrielle é interpretada por Marion Cotillard. Mas lá para o final do filme percebemos que há outra beleza que Gabrielle tem para José e que amar Gabrielle significa deixá-la ser como é, ser paciente, numa paciência que roça a humilhação. Talvez amar alguém signifique conhecer a pessoa melhor do que ela se conhece a si mesma.
Mais não conto para não vos estragar o filme, se decidirem ver. Aviso-vos já que o filme é lento e longo.
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