Segundo o que relatam os jornais, depois do debate na RTP, André Ventura cumprimentou todos os representantes de partidos, mas Joacine Katar Moreira recusou-se a apertar-lhe a mão. Ele diz que ela lhe disse para desaparecer; ela diz que lhe disse adeus e levantou a mão. Nas redes sociais, ele pergunta aos seguidores se irá ter de aturar este "tipo de gente" por quatro anos; Joacine por seu lado diz que daqui para a frente lhe irá oferecer o tratamento do silêncio.
Os membros do Parlamento português representam os cidadãos portugueses e não os seus eleitores. Como tal, penso que o mais prudente não é evitarem-se, mas pedirem desculpa um ao outro porque dá ideia que reagiram a sangue quente. Ele deve ter ficado ofendido de ela não lhe ter apertado a mão novamente; ela não deve ter querido ofendê-lo, pois já o tinha cumprimentado antes.
Os dois deviam demonstrar serem pessoas maduras e fazer um favor a Portugal: dão um beijinho, fazem as pazes, e dizem que têm muitas opiniões diferentes, mas irão ultrapassar este mal-entendido e trabalharão um com o outro quando houver oportunidade.
E Portugal viveria feliz para sempre...
O extremismo combate-se, não se cumprimenta. O que acabou de fazer chama-se falsa equivalência (os "very fine people" de Charlottsville) e contribui para normalização de extremistas. Definiu o seu posicionamento politico aqui mesmo. A Rita é mais um guarda do paiol que abre a porta com agrado a maníacos! Depois, se a coisa der para o torto, vá repetindo para si mesmo... É tudo culpa da esquerda, é tudo culpa da esquerda...
ResponderEliminarEstava aqui a pensar que a melhor maneira de derrotar o André Ventura nas próximas eleições era ele ser amiguinho da Joacine, mas suponho que o posicionamento político d@ ATAV é capaz de ser mais adequado: faça-se um combate do bem vs. mal e faça-se do André Ventura um coitado ao olhos dos racistas de Portugal. Decerto que perderá votos...
EliminarOs racistas votarão sempre em alguém como o André Ventura. E o André Ventura há-de vitimizar-se por tudo e por nada.
ResponderEliminarMas quem define os vencedores das eleições é o centrão. Foi a normalizar extremistas que o Trump, o Bolsonaro, o Orban e outros conseguiram chegar ao poder. Não foi só com o voto racista, foi com o eleitor típico do Centrão. Foram pessoas como a Rita que andavam a dizer a todos que não vinha mal ao mundo em votar neles e que lhes abriram a porta.
Já deu para ver que está ansiosa para que os Venturas deste mundo comecem a mandar em todo o lado. Está no seu direito. Mas então escusa de escrever aqueles textos cheios de lágrimas de crocodilo como quando foi aquilo de El Paso. É deprimente! São apenas as consequências do que defende. Viva com isso na sua consciência!
NOTA: O Churchill também foi achincalhado por ter sido hostil ao Hitler assim que lhe pôs os olhos em cima. Ele, apesar de todos os seus defeitos e pecados, viu bem o monstro que estava ali a nascer.
Se o que eu escrevo não lhe agrada, não seja masoquista. Em Democracia, as pessoas têm de conviver com coisas que não lhes agrada. É a vida...
EliminarÉ bem verdade. Em democracia temos de aguentar aquilo que não nos agrada. E isto inclui aqueles que lutam para minar a democracia por dentro. Pessoas como o André Ventura e aqueles que lhes dão cobertura como a Rita.
ResponderEliminarNão seja parvo.
EliminarEu sou um leitor assíduo seu e respeito muito a sua opinião, mas não retiro nada do que escrevi. A Rita é claramente uma apreciadora de protofascistas e logo uma ameaça à democracia. O post seguinte dela é mais uma tentativa de branqueamento de indivíduos como o André Ventura. Antes de me atacar devia passar os olhos por aquilo. Ou prefere que eu desmonte aquilo ponto a ponto? Mas não se preocupe, também tenho amigos de longa data que se revelaram apreciadores de populistas e racistas nos últimos tempos. O choque eventualmente passa...
EliminarDesmontar ponto por ponto parece-me bem. Estar com parvoíces a dizer que a Rita apoia o André Ventura é que me parece mal.
EliminarJá escrevi qualquer coisinha no outro post. E sim, a Rita apoia o Ventura. Fá-lo usando o método Manfred Weber. Desculpando-o, obnubilando e desviando as atenções. Quer mais exemplos? É tipo aquelas pessoas que começam uma frase " Eu não gosto do Trump mas..." e depois defendem o quer que seja que ele tenha feito nessa semana. Com certeza que conhecerá alguém assim...
EliminarEu não apoio o André Ventura, nem sequer falei nele antes da eleição, mas apoio que o André Ventura vá para o Parlamento porque houve umas pessoas em Portugal que votaram nele. E como está no Parlamento, as suas ideias têm de ser combatidas através de argumentos, dado que censura não é legal, e matar o André Ventura também não.
EliminarO que a Rita está a tentar aqui chama-se "Strawman argument". Consiste em atribuir uma posição ao seu adversário que ele não defende e ataca-lo com base nisso.Vamos ver isso por partes:
"Eu não apoio o André Ventura, nem sequer falei nele antes da eleição, mas apoio que o André Ventura vá para o Parlamento porque houve umas pessoas em Portugal que votaram nele."
Nesta frase tenta passar a ideia que eu defendo que o André Ventura deve ser impedido de assumir o seu mandato pervertendo o processo democrático. Em lado algum eu alguma vez disse isso.
"E como está no Parlamento, as suas ideias têm de ser combatidas através de argumentos, dado que censura não é legal, e matar o André Ventura também não."
E aqui está a dar a entender que defendo o uso de violência ou a perseguição de políticos de quem eu não gosto. Mais uma vez eu nunca defendi semelhante coisa.
Vou resumir esta questão: a Rita defende que o André Ventura é um deputado como os outros e deve ser tratado como os outros. E eu defendo que esse individuo extinguirá a nossa democracia se tiver a oportunidade. E como eu considero o André Ventura uma ameaça ao nosso regime não deve ser tratado como os outros porque isso seria uma forma de normalização. E também defendo que quem tenta normalizar extremistas está na realidade a apoiá-los.
"E também defendo que quem tenta normalizar extremistas está na realidade a apoiá-los."
EliminarO problema é que você acusa a Rita de apoiar o André Ventura em vez de a acusar de ter a táctica errada para derrotar o André Ventura.
Repare que a Rita também que a sua táctica irá favorecer o André Ventura, ao permitir usar a carta da vitimização, um risco real. No entanto, a Rita não diz que você defende o André Ventura.
Quem está a criar um strawman, ou uma straw-woman, é você.
"O problema é que você acusa a Rita de apoiar o André Ventura em vez de a acusar de ter a táctica errada para derrotar o André Ventura."
EliminarPois... Creio que não me fiz entender. Eu acho que o objectivo da Rita não é derrotar o Ventura. É permitir que ele, ou outros como ele, venham a mandar nisto tudo. Tal como acho que o Manfred Weber nunca quis impedir o Orban de fazer o que fez. Tornou-se no seu cúmplice de boa vontade e protegeu-o
politicamente.
Como é obvio isto é apenas a minha opinião e não tenho maneira de o provar, mas fica aqui registada e fundamentada.
"Repare que a Rita também que a sua táctica irá favorecer o André Ventura, ao permitir usar a carta da vitimização, um risco real."
Não há risco de isso acontecer. A vitimização irá acontecer de certeza! Faz parte do modus operandi dos populistas. Não há maior vitima profissional que um populista. Portanto mais vale ataca-lo pelo que ele é: um fascista que quer transformar isto numa ditadura. Outra coisa: não conheço politico algum que tenha sido eleito através da vitimização. Mas conheço políticos extremistas eleitos com o voto do centrão com o apoio de falsos moderados.
"No entanto, a Rita não diz que você defende o André Ventura"
???? E quem acreditaria nesse argumento tão estapafúrdio? Comecei logo por chamar o André Ventura de extremista e depois disse que ele queria minar a nossa democracia por dentro. Desde quando poderia isso ser considerado um apoio? Lamento mas isso não faria sentido nenhum.
"Quem está a criar um strawman, ou uma straw-woman, é você."
EliminarNão creio que seja aplicável neste caso porque estou a acusar uma pessoa de ser dissimulada. Assim sendo então qualquer um que acusasse outro de mentir estaria a recorrer ao "strawman argument" por definição.
"E quem acreditaria nesse argumento tão estapafúrdio?"
EliminarPara ser honesto, não me parece mais espatafúrdio do quee dizer que a Rita apoia o André Ventura.
Eu não tenho certezas sobre as melhores tácticas para o anular. Mas temo (sme ter a certeza) que a sua seja pior e lh dará mais visibilidade e o permitirá crescer mais a curto prazo.
Se quisesse fazer processos de intenção, como você está a fazer com a Rita, podia igualmente dizer que você o apoia e a coberto de o criticar está a dar a táctica para ele crescer mais depressa.
Mas,discutindo desta forma desconfiada, atribuindo intenções obscuras ao interlocutor, dificilmente se tem um diálogo produtivo.
"Eu não tenho certezas sobre as melhores tácticas para o anular. Mas temo (sme ter a certeza) que a sua seja pior e lh dará mais visibilidade e o permitirá crescer mais a curto prazo"
ResponderEliminarÉ possível mas não provável. O Ventura vai sempre ganhar o o voto fascista que estava nos outros partidos. Olhe o que aconteceu no CDS. Os racistas foram para o CHEGA! e os plutocratas para a IL. Só lá ficaram os beatos e a velha guarda. Quem quer que o fascismo regresse já percebeu onde votar. Iria sempre acontecer de uma maneira ou outra. Apontar ao que o Ventura vem e o que ele é permite que o eleitor médio saiba exactamente no que está a votar. Deixa de haver aquelas coisas do " é apenas retórica para se eleger" ou " vai governar como os outros". Não é e não vai! Aliás, ele próprio já disse que pretende "mudar a democracia".
"Se quisesse fazer processos de intenção, como você está a fazer com a Rita, podia igualmente dizer que você o apoia e a coberto de o criticar está a dar a táctica para ele crescer mais depressa."
Isso não é plausível. Todos os populistas e fascistas recentes tiveram que vir a público garantir que não iriam alterar a constituição dos países ou que iriam respeitar as instituições democráticas caso fossem eleitos. Logo não é uma estratégia politica viável dizer frontalmente ao eleitorado que um candidato pretende acabar com a democracia.
"Mas,discutindo desta forma desconfiada, atribuindo intenções obscuras ao interlocutor, dificilmente se tem um diálogo produtivo."
Normalmente concordaria consigo. Neste caso não. Produz algo: clarificação da posição das pessoas perante terceiros.
Vou dar um exemplo prático disto. Há muita gente que é contra o aborto, não por causa dos direitos do feto, mas porque querem cercear a liberdade das mulheres. Mas como andar dizer que o lugar das mulheres é na cozinha é um argumento que repugna a maioria das pessoas, escolhem o "direito à vida" como subterfúgio. Geralmente dá para ver bem quem pensa assim porque vão todos a correr defender o feto, mas depois de nascer já não querem saber de mais nada. Estado social? É preciso reduzir o peso do estado na economia! Mãe solteira? Que arranje homem! Abono de família? Há que acabar com a subsidiodependência. Etc, etc, etc...
Portanto o processo de intenção pode ser utilizado com legitimidade se as intenções do interlocutor forem efectivamente obscuras.
Posso no entanto dizer o seguinte: como tenho a tendência em assumir o pior das pessoas, gosto muito de estar errado. Gostaria que esta fosse uma dessas situações.