A UE tem um vício muito grande, pois paga quando acontecem tragédias, mas se as coisas correm bem, não há qualquer compensação que não a do bem-estar dos cidadãos. Isso funciona bem com governos altruístas, o que não é claramente o caso do português.
O que é fascinante neste tempo em que as nossas vidas são medidas ao ínfimo detalhe e há dados para tudo, é a facilidade com que algumas entidades da comunicação social organizam esses mesmos dados. Por exemplo, há uns dias a Bloomberg publicou um ranking the resiliência dos países face à pandemia, que combina dados do contágio e mortalidade com dados económicos e qualidade dos serviços de saúde e do bem-estar dos cidadãos.
Os EUA, que toda a gente diz ter um sistema de saúde do terceiro mundo, ficaram em décimo-oitavo lugar e acima de vários países da UE, como Países Baixos (23), Grécia (31), Portugal (33), Espanha (41), e França (45). Nada mal para o país liderado por Donald Trump.
Já o NYT disponibilizou uma ferramenta para calcular qual a prioridade dos americanos no acesso à vacina. Podemos ver a nossa prioridade em termos nacionais e também em termos do estado em que vivemos e até do condado; mas é apenas uma possibilidade, pois ainda não foi divulgado qual a ordem de prioridade para receber vacinas.
Para mim, o mais importante é que a ferramenta mostra quantas pessoas há em cada grupo. Por exemplo, o estado do Tennessee, que é onde eu vivo agora, tem cerca de 365 mil pessoas a trabalhar na área da saúde e 81 mil em lares de idosos, mais 83 mil que trabalham em primeiros socorros. O TN tem 6,8 milhões de pessoas.
A área mais avançada de análise de dados em Portugal é as Finanças. Não sei porque é que não arranjam uma equipa do Ministério das Finanças e a metem a organizar a base de dados de Portugal. Se o combate à pandemia passasse por extrair impostos dos contribuintes, Portugal seria o país da UE mais bem organizado e preparado.
Na mouche.
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