Lembrei-me esta semana que o carteiro não me tem entregado a minha Architectural Digest. Há um par de dias, o meu vizinho aqui do lado disse-me que estava lá em casa e que ma traria, mas o certo é que não me disse quando. Durante esta conversa, a esposa que estava ao lado e que é enfermeira explicou-me que tem estado em casa deles a tia dela. É uma senhora que deve estar nos seus 50 anos e que se veste como se tivesse 16. De vez em quando vejo-a a passear o cão e também na varanda a fumar, o que me intrigava bastante, dado que hoje em dia é raríssimo ver-se pessoas a fumar por estas bandas.
A senhora é tóxico-dependente e passou um bom tempo sem abrigo em Atlanta, até que foi recolhida pela sobrinha, i.e., a minha vizinha. Durante a conversa, dizia-me a vizinha o quão orgulhosa estava da tia, pois não fazia drogas há mais de 6 meses. Manifestei o meu apoio à senhora, apesar de ela não estar presente, e comentei que estas coisas têm muito a ver com a sorte. A minha vizinha respondeu que também era o amor: quando as pessoas eram amadas, as coisas endireitavam-se.
Pensei em todas as famílias destroçadas por estes problemas, muitas delas com tanto amor, mas mesmo assim as coisas não se resolveram favoravelmente. Pensei para mim que isto é tudo sorte, até para haver amor é preciso ter sorte.
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