O facto de a economia mundial ter praticamente parado em 2020, o uso de encomendas via Internet ter disparado, os sucessivos confinamentos, inclusive em países asiáticos que há décadas exportavam deflação, e a flexibilização do mercado de trabalho -- a economia dos biscates -- levaram a que os preços aumentassem para que os recursos fossem racionados e também para sinalizar aos consumidores e produtores qual a melhor alocação de recursos.
Infelizmente para Portugal, isto são péssimas notícias pois acelera o processo de empobrecimento do país ainda mais. Não basta os preços aumentarem, o que encarece as importações, mas a pressão para aumento dos salários no estrangeiro irá atrair mão-de-obra portuguesa. Ainda hoje falei com uma senhora que recruta pessoas na área de IT que me dizia que as empresas com quem ela trabalhava nos EUA estão muito mais abertas a procurar empregados noutros países.
Perante o aceleramento da mudança nas economias mais desenvolvidas, em Portugal persiste a ideia generalizada de que a solução para os problemas do país é continuar as políticas falhadas que o levaram a um estado lamentável. Nem a aproximação de eleições inspira novas ideias, nem sequer há gente a sério. Nunca Portugal teve políticos com CVs tão pobres.
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