sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

A mensagem

Confesso que estou bastante decepcionada com os nossos governantes no que diz respeito ao resultado das eleições na Grécia. Acho que ao comentarem não dizem nada de substancial; pelo contrário, acabam por gerar polémica e intrigas que fazem as delícias da nossa comunicação social. Se eu mandasse nas relações públicas do nosso governo, teria preparado um comunicado oficial que diria o seguinte:
"O povo português congratula o novo governo da Grécia e deseja que a Grécia saia da sua crise o mais depressa possível. Nós somos solidários com o povo grego e faremos tudo ao nosso alcance para ajudar a Grécia. No entanto, a nossa preocupação principal é a defesa dos interesses de Portugal e assegurar que qualquer solução encontrada minimize os sacrifícios exigidos ao povo português."

The End

Deve ser esta a mensagem de Portugal: desejamos o melhor, mas preparamo-nos para o pior. Tudo o resto é desnecessário pois, sendo a Grécia um país soberano, tal como Portugal, os seus cidadãos têm o direito de votar em quem muito bem entenderem e a nossa opinião é irrelevante.

2 comentários:

  1. Nem mais, Rita. Aliás, acho fantástico que a Chanceler Alemã tenha tido uma resposta muito mais correcta e adequada (limitou-se a dar os parabéns e desejar as maiores felicidades ao novo governo grego) que o nosso Primeiro-Ministro. A ideia que deu é que Passos Coelho tem medo que Tsipras consiga levar a dele adiante, ficando Passos Coelho com uma etiqueta a dizer "nabo" no meio da testa...

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  2. Olhe, concordo inteiramente com o texto da mensagem que dirigiria ao povo português, se por ventura fosse ministra da comunicação social. Aliás, este deveria ser o espirito de todos os políticos e governantes dos paises da UE, por ir precisamente ao encontor do espírito dessa mesma UE.
    Mas para isso, seria preciso que todos estivessem verdadeiramente empenhados no combate à crise económica, à crise do investimento, do desemprego, da saúde, da educação, etc.
    Mas pronto, já que a Rita não está nesse cargo e os que estão não tomam a iniciativa, antes pelo contrário, espero que ao menos, o nosso PR não se lembre de fazer um comunicado profético ao jeito do que fez um mês antes de o BES "ir com os porcos".

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