A magnólia da minha vizinha está em flor. Não sei se já cheiraram magnólias, daquelas que são fragrantes, mas cheiram tão bem que, hoje de manhã, quando passei em frente da árvore, apetecia-me ir buscar um banco e passar o dia lá em frente só para poder desfrutar o aroma. Esta magnólia fez-me recordar as velas flutuantes de cera que comprei em 1996, no Cracker Barrel, que tinham a forma e o aroma de magnólias. Comprei duas: uma para mim e outra para a minha mãe. Naquela altura, velas na bagagem não levantava suspeitas; depois de 11/9/2001, levar velas, cremes, exfoliantes com óleos, etc., dá sempre lugar a que nos revistem a mala e recebamos uma notinha da TSA, como se vendo a desarrumação ao abri-la não adivinhássemos o sucedido.
Normalmente, cheirar as flores das magnólias é-me difícil porque as árvores são demasiado altas e os ramos mais baixos são cortados. Resigno-me, então, a usar o meu telefone e levantar os braços para tirar uma foto. Mas a magnólia da vizinha da frente é baixa e eu chego-me às flores que estão ao meu alcance e demoro uns segundos a cheirá-las, sempre que lá passo, e ainda ninguém me enxotou.
Nem toda a gente aprecia esta magnólia, pois a minha outra vizinha dizia-me que tinha de sugerir à dona da árvore cortar os ramos mais baixos para facilitar o trabalho do rapaz que corta a relva. Disse-lhe logo que nem pensar fazer isso porque, senão, fico sem acesso a uma das minhas externalidades preferidas. O rapaz safa-se bem com a externalidade dele.
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