Pensar em risco é pensar em incerteza e, muitas vezes, pensa-se nas probabilidades associadas com diferentes resultados. Risco é uma coisa complicada e nós, frequentemente, arranjamos simplificações para tomar decisões. Uma dessas simplificações é o valor esperado que é uma média ponderada dos diferentes resultados, em que a probabilidade de cada resultado serve como peso no cálculo da média. Note-se que, se não há risco, então todos os resultados possíveis têm o mesmo peso no cálculo da média, logo é uma média simples.
Mas usar o valor esperado é muito problemático porque tem uma grande limitação. Um resultado com grande impacto e pouca probabilidade pode ter o mesmo valor esperado do que um resultado com menor impacto e maior probabilidade. Por exemplo, um evento que cause danos de €1.000.000 e que aconteça com uma probabilidade de 0,001%, ou seja, acontece, em média, uma em 100.000 vezes tem um valor esperado de €10; um evento que cause danos de €1.000 e aconteça com uma probabilidade de 1%, ou seja, uma em 100 vezes, em média, também tem um valor esperado de €10. Note-se que têm o mesmo valor esperado, mas não são de todo comparáveis por causa do perfil de risco.
A maneira como nós processamos o risco é uma coisa muito pessoal. Há pessoas que ignoram, logo, dizemos que são risco-neutras; outras que são muito avessas a risco; e outras que gostam de arriscar (amantes de risco). Vocês já pensaram na vossa atitude relativamente ao risco?
Em relação ao risco, eu conservador me confesso.
ResponderEliminarDeve ser da idade, mas, em termos políticos, estou mesmo a transformar-me num conservador - acho que o Churchill tinha mesmo razão.. Há uma frase, penso que da escritora brasileira Clarice Lipesctor, que diz que a direcção é mais importante que a velocidade. É assim que vejo a necessidade de introduzir mudanças. Devem ser feitas devagarinho, passo a passo, para controlar melhor os danos e para voltar atrás se virmos que estamos a ir na direcção errada. Mudanças bruscas, revoluções põem-me logo apreensivo. Lá está, deve ser da idade.
ResponderEliminarPoliticamente também me sinto conservador. Mas na vida não sei. Por exemplo, entreguei a minha tese de doutoramente a uma hora e quinze minutos de terminar o prazo - e não foi por atitude dandy, foi mesmo quando ficou pronta. E ultrapassar o prazo significava o despedimento da universidade. Digam-me vocês, amigos, isto é amor ao risco ou apenas estupidez? Mas agora que tudo está resolvido, não sinto estímulos nem coragem para mudar e ir fazer outra coisa. Portanto, acho que o amor ao risco se limita à procrastinação.
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