Ontem recebi da minha irmã mais velha um e-mail com o assunto "Vês?! É por isto que não deixo a tua sobrinha sair à noite!". No corpo da mensagem, o link para um vídeo que mostra os seguranças de uma discoteca a agredir duas pessoas. Só. Nem um «Olá, mana! Tudo bem contigo?» ou sequer «As imagens que se seguem podem ferir a tua sensibilidade.» É que feriram. Aquele salto a pés juntos para cima da cabeça da pessoa já deitada no chão horripila um bocadinho.
Assumindo o papel de boa tia e decidida a não privar a Teresa de uma adolescência normal, fui procurar uns dados que enquadrassem o episódio, para o provar excepcional. Ainda que a Margarida não se fosse render ao poder persuasor da Estatística. Não encontrei nada sistematizado (também não procurei como se quisesse escrever um paper sobre o assunto), mas fiquei surpreendida com a quantidade de notícias do mesmo estilo. Só o Urban teve, em 2017, direito a 38 queixas. E vamos nós na 44ª semana do ano. Pelo menos uma condenação por publicidade enganosa aquilo merece: devia chamar-se Jungle.
Nesta minha pesquisa, encontrei também um post a justificar o sucedido: os seguranças terão tido de recorrer à biqueirada para conter a actuação de um gangue. E, então, compreendi!: são seguranças que seguem as recomendações de Jorge Gomes, ex-Secretário de Estado da Administração Interna, enão ficam todos à espera que apareçam os polícias para lhes resolver o problema. São seguranças que se autoprotegem. E é a selva...
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