Os EUA estão a vacinar mais de 3 milhões de pessoas por dia e um terço da população já recebeu pelos menos uma dose de vacinas, com 62,4 milhões completamente vacinadas. Hoje recebi uma mensagem da minha farmácia a dizer que já têm vacinas disponíveis e a custo zero para quem está autorizado a levá-las. É incrível a velocidade com que as coisas estão a evoluir, pelo menos nesta zona do país. Há alguns sítios mais populosos em que há mais dificuldade em encontrar uma vacina.
Memphis sempre tentou ser bastante cuidadosa com a gestão da pandemia, dada a existência do Hospital St. Jude, que trata crianças com cancro. Apesar de termos tido bastantes casos, a situação nunca esteve completamente descontrolada. No entanto, nas pequenas cidades em redor, as pessoas não são tão cuidadosas e nem sequer usam máscaras quando vão às compras. Mas há a vantagem de estes serem sítios relativamente pequenos, com baixa densidade populacional, em que as pessoas interagem muito pouco umas com as outras e, quando o fazem, é com bastante espaço entre si. Mesmo assim, todo o cuidado é pouco.
No trabalho, como temos uma equipa internacional, evitamos falar de vacinas em reuniões, dado que há colegas que vivem em países onde não há acesso e também quem tenha tido familiares que faleceram. Mas nota-se que há uma dinâmica mais optimista. O facto é que quanto mais depressa os EUA terminarem as vacinas, mais depressa haverá vacinas para os outros países. Claro que em no final do Outono devem começar a vacinar outra vez os americanos, ou seja, o resto do mundo tem meros meses para meter a casa em ordem.
É uma falha enorme que Portugal esteja tão desnorteado. Apesar das notícias em contrário, Portugal devia estar muito mais avançado no processo de vacinas por várias razões. Há um serviço central de saúde que é usado por quase toda a gente, logo devia ser bastante fácil planear e coordenar o processo. A população está bastante envelhecida, logo não é tão móvel como uma população activa. O país é relativamente pequeno e há um governo central que tem boa mão em tudo. E depois é necessário ter o país todo vacinado o mais depressa possível, dado que o turismo é uma actividade muito importante, logo é necessário dar credibilidade à gestão da pandemia e inspirar segurança nos futuros turistas. Daqui a nada os americanos estarão prontos para ir gastar as poupanças no estrangeiro: os países que tiverem maiores taxas de vacinação irão ser os que beneficiam mais cedo.
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