Diz o Paulo Gorjão:
Sim, se houver um segundo resgate foi porque o Governo falhou. No excuses, please. Se não houver um novo resgate foi porque o Governo teve êxito. Não retirar o mérito, se faz favor. Tão simples como isto.
Percebo o que o Paulo quis dizer, mas não concordo. Na verdade, Portugal estava em tão mal estado quando este governo pegou nele que era perfeitamente possível que, mesmo com tudo bem feito internamente, que um segundo resgate fosse inevitável. Aliás, logo a seguir ao acordo com a tróica, em entrevista à BBC, eu disse que os montantes acordados me pareciam insuficientes, pelo que possivelmente iríamos precisar de mais ajuda. Adicionalmente, a verdade é que a crise além de portuguesa é europeia e as indecisões a nível europeu não ajudam nada e não são da responsabilidade do governo português.
Por outro lado, o inverso também é verdade. Na actual conjuntura europeia, é perfeitamente possível o governo português fazer tudo mal e, mesmo assim, devido a uma mudança de política europeia (como por exemplo, um programa mais agressivo de compra de dívida pública do Banco Central Europeu) evitar-se o segundo resgate.
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