Um blogue de tip@s que percebem montes de Economia, Estatística, História, Filosofia, Cinema, Roupa Interior Feminina, Literatura, Laser Alexandrite, Religião, Pontes, Educação, Direito e Constituições. Numa palavra, holísticos.
sexta-feira, 30 de dezembro de 2016
Leituras de 2016 sobre progresso e inovação
É um facto
Quando uma publicação como a Sábado, decide dar voz apenas a homens, então tem de haver uma outra publicação que dê voz apenas a mulheres para que o discurso da Praça Pública seja representativo do que é a população portuguesa. O ideal seria que cada publicação desse representatividade a ambos, especialmente, se o público alvo é ambos os sexos.
É uma questão de matemática e representatividade e é um facto -- já somos suficientemente crescidos para o aceitar, não achem que é uma questão de se fazer um favor às mulheres, nem sequer uma birra das "feministas ululantes", como já vi alguns homens denotar as mulheres que se recusam a estar caladas. Nós, mulheres, não precisamos de favores porque nós existimos e a nossa existência é tão factual como a existência de um homem.
O Senado, o gineceu e a ironia
Mas não nos fiquemos à superfície no que respeita à Sabado. Passemos da capa para perceber que são "seis senadores" (sic) a discutir a necessidade de uma nova estratégia nacional. Ou seja, são seis personalidades representativas, não de "várias áreas da sociedade" como se afirma, mas do mais arreigado statu quo a falar sobre... mudança!!! Isto não é discriminação das mulheres, isto é um puro exercício de ironia! E, claro, a partir do momento em que se escolheram "senadores", as mulheres deixaram de ter lugar. Aliás, senātus deriva de senex, que significa "homem velho" (e é também a raiz etimológica de senil). Confere. Nada, pois, de mulheres. Ou de jovens.
Claro que o problema não é exclusivo da quadra - podia dar-se o caso de ter sido um esforço de poupar as mulheres a mais uma tarefa, já que nesta altura andam assoberbadas a confeccionar azevias ou a correr todas as lojas em saldo -, é algo a que assistimos ao longo de todo o ano. Estas capas só o tornam um bocadinho mais evidente. Os gineceus formalmente já não existem, o que, curiosamente, até é invocado por alguns machistas mais empedernidos como demonstração da falta de capacidade das fêmeas para estas lides não domésticas. Porque toda a gente sabe que basta a lei para mudar uma mentalidade. Da minha parte, espero que as aparições que por aqui faço sejam testemunho da existência de mulheres pensantes, capazes de argumentar e com ideias para mudar Portugal. O Destreza das Dúvidas tem sido a prova de que há mérito no feminino.
Freedom 2017
Para mim, é sensual, pronto!
quinta-feira, 29 de dezembro de 2016
Nem ideias, nem idade, nem sexo...
A democracia da estupidez
terça-feira, 27 de dezembro de 2016
Descobertas natalícias
Bom, mas não foi esta epifania que me levou a escrever este texto. Depois de descobrir que a Joana é uma recém-licenciada, veio a pergunta natural sobre os seus planos para o futuro profissional. Eu posso estar, afinal, velha, mas ainda conheço termos como Millennials e sei que ela faz parte deles. Sendo designer, vi-lhe boas oportunidades no estrangeiro, onde a criatividade portuguesa tem algum potencial para ser reconhecida. Mas a Joana respondeu com o CEAGP. "Cê-A-Quê?!". "GP, de Gestão Pública. Curso de Estudos Avançados em Gestão Pública." E assim veio a minha segunda descoberta da noite, tão ou mais admirável que a primeira. Parece, então, que existe em Portugal um curso que dá acesso directo a um emprego na função pública. É este: chama-se CEAGP e custa 5000 euros. Ou seja, quem tem 5000 euros pode garantir um emprego público. É ir ao site do INA e descobrir os pormenores. Mas não é muito mais que isto. É preciso ter uma licenciatura (em Design, por exemplo, ainda que possa parecer estranho que o Estado precise de designers); conseguir entrar no curso e completá-lo com média não inferior a 12 valores; e, claro, ter capacidade para pagar 5000 euros. Sou só eu a achar que isto é comprar um emprego na administração pública?! E que é um óbvio exercício de exclusão social?!
Entretanto, o meu nível de indignação reduziu-se bastante e estou muito mais tranquila. Tudo graças à mensagem de Natal do nosso Primeiro-Ministro. Eu sei que ele estava num jardim-escola, mas certamente "a democratização do conhecimento é essencial para reduzir as desigualdades e garantir a todos iguais oportunidades de realização pessoal" é algo que se aplica perfeitamente a este contexto, pelo que 2017 deverá acabar com esta discriminação.
Descansa, pázinho!
Uma forma de detectar um tolo
Isamu Noguchi
Denúncia pública
segunda-feira, 26 de dezembro de 2016
O luto pessoal
Também penso no Kevin, um miúdo da Venezuela, que morreu envenenado porque foi à procura de raízes para comer no dia do seu aniversário, com a família. Mas há tantos mais por esse mundo fora que morrem todos os dias...
A morte fala muitas línguas diferentes e, às vezes, fala a nossa língua, aquela que só nós conhecemos. Deixo-vos com o coro das vozes dos que morreram.
domingo, 25 de dezembro de 2016
A censura do PC
Não é o PC que te impede de falar, é mesmo a falta de capacidade de fazer coisas destas. Institucionalizaste-te muito depressa. É pena.
sábado, 24 de dezembro de 2016
A fome
sexta-feira, 23 de dezembro de 2016
O meu obrigado
Auguste Rodin
Rodin tinha um método de trabalho muito específico, fazendo muitos desenhos e modelos em barro e cera das esculturas, que depois eram reduzidos ou ampliados para produzir réplicas que disseminavam o seu trabalho. Não se sabe muito bem até que ponto Rodin esculpia os mármores, mas supõe-se que grande parte do trabalho era feito por assistentes sob a sua direcção.
Nos bronzes, Rodin apreciava as linhas da costura onde se uniam as diferentes peças moldadas para fazer a escultura final; essas linhas da costura do bronze, para alguns, podem ser vistas como imperfeições, mas para Rodin eram prova do processo produtivo e faziam parte de se trabalhar o bronze: era essa a "verdade" daquele material. O tratamento dado ao bronze, que lhe dava a patina final, também estava sujeito à sua cuidada supervisão, pois a coloração da patina afectava a forma como a luz se reflectia e criava sombras na peça, o que influencia a percepção que o espectador tem do trabalho.
quinta-feira, 22 de dezembro de 2016
National Gallery of Art
Estou em Washington, D.C., e dei um salto à National Gallery of Art. Venham daí...
Numa das entradas do edifício ocidental, encontram-se informação e fotos acerca da construção da NGA. Tirei algumas fotos dessa área para partilhar convosco. Também tirei fotos da área do café e de uma das lojas.
Aos terroristas de Berlim
Vale muito a pena ouvir o tom em que o youtuber Rayk Anders se dirige aos terroristas neste vídeo.
Aqui vai a tradução (directa, incluindo calão):
Há menos de 24 horas aqui em Berlim, na Breitscheidplatz atrás de mim, uma pessoa entrou com um camião no mercado de Natal e, até agora - são 19:18 da terça-feira, 20 de Dezembro - contam-se 12 vítimas mortais. Também neste preciso momento o criminoso está a monte, e provavelmente anda armado. Tanto quanto eu percebo, e de acordo com as informações da polícia, esse criminoso, o homem que estava sentado ao volante, tanto pode estar a caminho de um país estrangeiro como pode estar a passar atrás de mim. Ninguém sabe. Ninguém sabe se essa pessoa é alta ou baixa, velha ou nova, se vem do Afeganistão ou do Paquistão ou da merda do Pólo Norte. Ninguém sabe.
Mas, ó pedaço de merda cobarde que estavas sentado ao volante, independentemente de onde vens e de onde estás agora: escolheste mal a cidade. Sorry! Berlim tem duas guerras mundiais nos ossos. Ainda hoje encontras em qualquer lar de terceira idade em Berlim alguém que te vai contar como os cadáveres estavam empilhados, e como esta cidade foi arrasada. A seguir foi dividida e separada por um corredor de morte com uns cabrões de uns atiradores de elite. Em Berlim, não consegues andar mais de 100 metros sem passar por um memorial contra a guerra, a perseguição e a morte. Ou seja: esta cidade sabe o que é o inferno.
E agora vens tu, com o caralho do teu camião, aqui, a Berlim, assim, e pensas que consegues desestabilizar as pessoas? Os berlinenses?! Posso dizer-te o que se vai passar, posso dizer-to com exactidão: vamos cuidar dos feridos, vamos enterrar os mortos, e não vamos esquecer nunca. E depois vamos continuar. Os mercados de Natal estiveram fechados por um dia. Um dia. E não foi por medo. Foi por respeito. Em memória das vítimas. Os berlinenses são capazes de aguentar isto, e mais: cagam em ti. Em ti, a pessoa que ia ao volante, e nos possíveis cúmplices ou em qualquer outro que possa vir.
E este mercado de Natal aqui: pareceu-te o alvo perfeito, não foi? No coração de Berlim, junto à mundialmente famosa Igreja da Memória do Kaiser Wilhelm. Mas, será que olhaste bem, ó pedaço de merda? Viste que a torre da igreja está quebrada, viste que as paredes estão danificadas? Não é por acaso. Ó génio, foste atacar justamente o mercado de Natal que fica ao lado de um dos mais extraordinários monumentos que apela à Paz. Não apenas para Berlim, mas para toda a Alemanha. E esta igreja vai estar em todas as imagens que darão a volta ao mundo, lembrando a todos que esta cidade já passou por situações bem piores, já passou por coisas horrorosas, e as pessoas ergueram-se de novo. Já passaram por muito pior, e continuaram a sua vida. É disso que as pessoas se vão lembrar. E é assim que vai ser. Os berlinenses serão livres. Irão rir, irão chorar, irão a festas, irão fazer o seu luto, mas serão livres. Talvez lhes roubes a boa disposição, talvez lhes estragues a leveza da atmosfera natalícia, talvez lhes possas até arrancar uma pessoa boa. Talvez possas fazer isso. Mas nunca lhes roubarás a liberdade.
Berlim é a cidade da liberdade. É o epítome da liberdade. O teu ataque cobarde não a mudou em nada.
[ADENDA: para quem fala alemão, recomendo muito a visita aos comentários deste vídeo. Muito informativo. Para quem não fala alemão: organizem aí um crowdfunding, e eu traduzo. :) ]
quarta-feira, 21 de dezembro de 2016
Hã?
terça-feira, 20 de dezembro de 2016
Notas breves sobre Berlim
- A questão nunca foi o "se" mas o "quando". Há muito que a Alemanha se tornou num alvo para o terrorismo islâmico. Só em 2016 a lista de atentados e ataques conseguidos ou falhados é extensa:
- - Leipzig, Outubro: a polícia desmantela um possível ataque a um aeroporto alemão, o suspeito é detido e enforca-se na prisão;
- - Ansbach, Julho: 15 feridos na sequência de um engenho explosivo detonado por um refugiado sírio que morreu na mesma;
- - Würzburg, Julho: um jovem afegão de 17 anos ataca à machadada uma família de Hong Kong num comboio regional. O jovem com ligações ao IS foi abatido pela polícia;
- - Düsseldorf, Maio: 3 suspeitos foram detidos por planearem um atentado no centro da cidade;
- - Hanôver, Fevereiro: uma mulher com ligação ao IS esfaqueia um polícia;
- A resposta alemã tem sido exemplar. O facto de Alemanha ter vivido os anos de chumbo da RAF dotaram as polícias de instrumentário e experiência para lidarem com a ameaça. Por outro lado, a sociedade civil recusa-se a ceder ao medo e entrar numa histeria generalizada que serve de húmus para outros extremismos. A imprensa, mesmo os tablóides como o Bild, estão a dar lições de piedade, respeito e ética. Numa intervenção serena a chanceler frisou que está indignada e chocada, todavia os actos isolados de alguns não devem "penalizar os milhões que precisam da nossa ajuda".
- A resposta à violência é mais democracia e humanidade, não xenofobia e fascismo. Estes não "são os mortos da Merkel" como os nazis da AfD o afirmaram, são as vítimas de uma pessoa ao serviço de uma ideologia assassina.
- O condutor do camião foi detido graças à coragem civil de um cidadão que se apercebeu da fuga e correu atrás do atacante mantendo a polícia sempre informada da localização. A identidade deste herói/na é conhecida, mas o seu/a pedido para manter o anonimato foi respeitado.
Gritar fogo num teatro apinhado de gente
segunda-feira, 19 de dezembro de 2016
Приве́т (Privyet)
No último mês, a Rússia tornou-se o segundo país com mais visualizações da DdD; na última semana, é o primeiro, à frente de Portugal. Приве́т, darlings!
Nada a esconder
sábado, 17 de dezembro de 2016
A mania das fobias
A Última Ceia por Herman José e Marcelo Rebelo de Sousa
quinta-feira, 15 de dezembro de 2016
Assim se vê a força do PC
Desculpem lá, mas o problema do RAP não é o Politicamente Correcto. O problema é que já não consegue fazer sketchs assim. E o mais fácil é dizer que não faz porque não o deixam.
Sobe, sobe, Dow sobe!
Não é separação; é confusão
Quem não estava na reunião dos techies era um representante do Twitter porque, diz o pessoal de Trump, não havia lugar na mesa -- será que chamaram gordo ao CEO do Twitter? Também há quem ache que a razão da ausência do Twitter foi ter-se recusado a deixar a campanha de Trump introduzir um emoji para a hashtag #crookedHillary.
Ivanka Trump vai mudar-se para Washington, D.C., com a família e especula-se que irá ocupar o gabinete da Casa Branca que normalmente é usado pela Primeira Dama. Depois da CNN noticiar que Ivanka "assumiria" funções de Primeira Dama, a equipa Trump negou; mas isto é o seu modus operandi, como se pode ver pelos nomes que estão a ser considerados para a administração: primeiro, deixam a notícia escapar, depois vêem a reacção à notícia e, se não gostarem, negam ou arranjam uma notícia nova.
Inicialmente, Ivanka ia tratar dos negócios da família, mas isto da separação dos assuntos familiares e presidenciais parece não estar mesmo no programa. A todos aqueles que se babaram com a ideia de Melania, que até é tão linda, elegante, etc., ser Primeira Dama, olhem, temos pena... Eu também tenho pena porque, se a Melania fosse Primeira Dama, reciclava-se os discursos da Michelle Obama e poupava-se o dinheiro de um "speech writer".
Acho que nem o recreio da minha escola primária era tão dado a confusões como estas Presidenciais.
Dias assim...
Quando fico doente, só penso palermices; quer dizer, quando fico doente, penso palermices ainda mais palermas do que as que penso quando não estou doente. Pensei naquelas vezes em que, quando era miúda ficava doente e os meus pais cuidavam de mim. Sabia tão bem o mimo dos pais. E pensei que não me recordava, quando eu era miúda, de eles estarem doentes e não cuidarem de mim. Pergunto-me se eu conseguiria cuidar de alguém enquanto doente e deprimida e acho que não. É preciso reconhecer as nossas falhas e eu, quando fico doente, sou uma chata e apetece-me morrer ali mesmo, acabar tudo, e partir para outra. Não é uma questão de auto-pena; é não ter paciência para aturar as limitações do corpo.
Cada dia que passa, fico mais rabugenta e o pior vai ser quando o meu corpo começar a funcionar mal a sério. O mundo estará perdido! Já estou a planear isolar-me para poupar os outros porque ninguém merece ter de me aturar; até eu acho difícil.
Pela calada da noite...
By Wednesday night, Republicans had filed a raft of bills that would significantly curb the power of incoming Gov. Roy Cooper (D), who narrowly defeated Gov. Pat McCrory (R) in November; McCrory finally conceded the race last week, and Cooper doesn't take office until Jan. 1, 2017. Democrats did not know about the new special session, approved Monday, until noon on Wednesday.
The GOP bills would end the governor's control over state and county election boards, require State Senate confirmation of Cooper's Cabinet appointees, strip him of authority to name trustees to the University of North Carolina, and cut to 300 from 1,500 the number of state employees who serve at the governor's pleasure, giving protection to hundreds of upper-level state employees appointed by McCrory, reversing an expansion McCrory approved right after he took over from his Democratic predecessor. Many of the election boards that would now have a bipartisan spilt had cut voting hours, polling locations, and Sunday voting when controlled by Republicans, measures all criticized as aiming to suppress black turnout.
Fonte: The Week
terça-feira, 13 de dezembro de 2016
Que frustracão!
segunda-feira, 12 de dezembro de 2016
Novo guia de avaliação
E, caros leitores, não tomem os meus adjectivos como insultos: na nova ordem, ser simplista, burro, idiota, ignorante, mal-educado, etc., serão grandes elogios e todos deveremos aspirar por nos comportarmos assim. (Estão a ver como sempre estive preparada para uma administração Trumpeta? Eu nasci para isto...)
Diz Daveena:
Dear Students,
Because I can no longer claim with any credibility that reading, writing, and critical thinking are essential skills for 21st-century success, I have revised the grading rubric for your papers accordingly. Effective January 20, 2017.
Sorry for any inconvenience,
Dr. Daveena Tauber
Continua aqui.
Revisão para o dia 15
Para nossa conveniência, a Vox fez uma lista dos conflitos de interesse identificáveis de Donald Trump, que podem consultar aqui.
Actualização: acabei de receber uma notificação da Bloomberg a dizer que a conferência de imprensa será adiada para Janeiro.
Paul Ryan dixit
“Any intervention by Russia is especially problematic because, under President Putin, Russia has been an aggressor that consistently undermines American interests,” Ryan said in a statement Monday. “As we work to protect our democracy from foreign influence, we should not cast doubt on the clear and decisive outcome of this election.”
Fonte: Bloomberg
"Depois da casa arrombada, trancas à porta" -- especialmente se o ladrão levou as jóias.
Black guys in hoodies
Urgent Read -- Men it's not only Ladies
My girlfriend shared this ... Age 57-61
She wrote and posted on FB!
sábado, 10 de dezembro de 2016
Em luta contra o PC
Make America greet again
sexta-feira, 9 de dezembro de 2016
Dos estalos às estaladas...
O resultado indica que tenho os ossos dentro dos ouvidos danificados, especialmente no ouvido direito; os nervos estão bons. O médico que eu vi trabalha no departamento de otorrinolaringologia, mas especializa-se em cancro e não era otorrino a sério. Deu-me as seguintes opções: ou faço uma operação para reparar os ossos, ou coloco um aparelho. Perguntei quais os riscos da operação e disse-me que eu fazia boas perguntas, mas que eram muito baixos e, como eu ainda sou nova, a operação era preferível ao aparelho. Ficou combinado de eu regressar e fazer um exame CT (computed tomography), que é um raio-X fraquinho para ver anormalidades no tecido ósseo. Depois, com os resultados do exame, ia ver um outro médico especialista mesmo em otorrinolaringologia. Hoje era o dia em que eu tinha marcação para fazer o exame e de seguida ver o novo médico.
Ontem telefonaram-me duas pessoas diferentes: uma a pedir-me para contactar os serviços antes do exame e outra para me dar o custo da minha parte só do exame, um pouco mais de $110. Quando falei com eles, disseram-me que não tinham recebido autorização para me fazer o exame, logo iam ter de marcar para outra data. Depois tive de telefonar para outro lado para cancelar a consulta de hoje, pois não tinha o exame para o médico ver, e marcar para outro dia. Ou seja, fizeram a reserva do equipamento e do pessoal para me ver hoje, mas tive de faltar e deixar aquele gente toda a olhar para a parede, ainda por cima o otorrino só vai àquele gabinete uma vez por mês. Isto custa dinheiro ao sistema de saúde e custa-me a paciência. Então um médico decide que devo fazer o exame e alguém no seguro, que não é médico, tem de dar a autorização apesar de já me terem dito quanto me irá custar, pois está lá na lista que eles dão ao hospital que o exame faz parte das ferramentas de diagnóstico admissíveis.
Fico com a ligeira sensação de que alguém no sistema acha que eu e o médico andamos aqui a marcar exames por gosto. Só à estalada...
Das instituições natalícias...
[...]
And I won’t lie, it was kind of nice to see the fulfillment center, to see just where the (imported, dry-aged Portuguese) sausage (with white wine and fennel) is made. This has not been a pleasant year. Everyone good died. America is now a bad sitcom flash forward episode. And I got a camera up my dick. So it was nice to see all those trucks lined up in Cranbury, each one getting its marching orders to drive out to some pristine house on some pristine cul-de-sac in some pristine suburb. Call it Peppermintbarkville—a place that the rest of the world cannot touch, where even a nuclear holocaust could not intrude upon the bestowing of gold napkin rings and cheese assortments. Life as we know may end, but the Williams-Sonoma catalog, and the army of little Ina Gartens who have seemingly unlimited cash to spend on its wares, will endure. They shall adorn their houses in the finest garlands and pass around only the choicest amuse bouches, and everything will be PERFECT even as the world burns a mile away. OH, IT’LL BE SO GRAND THAT YOU’LL WANNA PUKE.
So come with me now. Let’s forget about our troubles, crack open this year’s W-S Christmas catalog, and lose ourselves in a tartan wonderland. Will there be mug toppers? Oh, you better fucking believe there will be mug toppers. To the catalog…
[...]
Ler mais aqui: Drew Magary, The Adequate Man
Diz-me quanto ganhas relativamente ao teu homem...
Fonte: Irin Carmon, NYT
quinta-feira, 8 de dezembro de 2016
“Sou a favor da liberdade de expressão, mas…”
PS: aconselho vivamente a leitura do livro "Direito a ofender: a liberdade de expressão e o politicamente correcto" de Mick Hume, que me foi aconselhado pelo meu querido amigo Nuno Amaral Jerónimo.
Leituras
Por falar em despesas militares, o WashPost malhou no Pentágono esta semana pois publicou uma peça sobre um estudo interno em que se encontrou cerca de $125 mil milhões mal gastos. Os responsáveis tentaram varrer o estudo debaixo do tapete, mas eventualmente caiu no colo dos jornalistas -- um dos autores é o Bob Woodward.
Regressando à Lista da Inveja 2016, há lá uma peça, "The Encyclopedia Reader", publicada na The New Yorker, que é muito bonita e não demora muito tempo a ler. E, claro, não posso deixar de mencionar a peça sobre o solo de guitarra de Prince, na homenagem a George Harrison, que voltei a ler. Acho que uma das minhas resoluções para o Ano Novo deveria ser voltar a lê-la em 2017. A lista termina com "The Lawyer Who Became DuPont’s Worst Nightmare", que é uma história que parece um filme, do estilo "Erin Brockovich".
Sigam o bom exemplo do futebol português
quarta-feira, 7 de dezembro de 2016
As salsichas, o Twitter, e o Facebook
A meio de Novembro, Carson disse que, não tendo experiência governativa, não estaria disponível para integrar a Administração Trump. Mas Trump mandou um tweet no outro dia a dizer que estava a pensar em Ben Carson para HUD, e Ben Carson disse no seu mural do Facebook que estava interessado, voltando atrás na ideia de que não se achava qualificado para um cargo desse tipo.
Há aquela ideia de que a política é como as salsichas: não convém ver o processo, nem saber como se faz. A administração Trump vai ser uma grande salsicha, quiçá morcela, e todos nós iremos acompanhar a sua produção via redes sociais.
O faroeste
Tenho vários amigos aqui que acham que os EUA têm regulação a mais, que é preciso repelir legislação que incomoda as empresas, que é esse o entrave ao crescimento. Na Segunda-feira, uma armazém em Oakland, na Califórnia, ardeu e cerca de 36 pessoas morreram. O armazém estava a ser usado como residência, gabinetes para artistas, e sala de concertos. O edifício operava em condição ilegal, violando várias leis de segurança. Ainda por cima, a Califórnia é um sítio que é conhecido por ser bastante regulado. Não sei até que ponto uma administração Trump irá ser sábia em termos de que leis repelir e de como fiscalizar as que estão em vigor.
Até agora, quando havia estes incidentes, ou catástrofes naturais, e várias pessoas morriam, era esperado o Presidente fazer um discurso a acalmar os ânimos, assegurar que o governo estava a tentar melhorar a situação. Barack Obama é bom a fazer isso; George W. Bush não era. Os americanos têm uma visão do Presidente como uma figura que os lidera em tempos de desgraça, alguém que os inspira. Quando falta a fonte de inspiração, nota-se que as pessoas ficam mais desorientadas e cínicas. É apenas uma questão de tempo até haver uma tragédia nacional que necessite que Trump inspire o pessoal e, por mais voltas que eu dê à cabeça, não estou a ver como é que ele irá conseguir preencher esse papel. Presidência por Twitter e Facebook Live é progresso tecnológico, mas não acho que resulte.
terça-feira, 6 de dezembro de 2016
Duas semanas...
Entretanto, tenho-me divertido no Tumblr, seguindo Trumpgrets, que agrega tweets de votantes do Trump que entretanto se arrependeram. Também fizeram um agregado de Coultergrets, Republicanos que se viraram contra a Ann Coulter, quando esta se virou contra o Trump. A América é tão divertida...
segunda-feira, 5 de dezembro de 2016
Party-poopers capitalistas...
Economia da carne
Estou aqui a ler uma newsletter e dizem-me que o aumento do consumo de proteínas tem a ver com a melhoria do nível de emprego e o final da eleição americana que foi muito renhida e estou a pensar que isso é irrelevante. O fundamental que está a afectar o consumo de carne é o haver mais carne de vaca no mercado, o que baixa o preço dessa carne de vaca e também de proteínas substitutas, logo aumenta a quantidade consumida. É perfeitamente possível aumentar a quantidade consumida em resposta a um choque favorável da oferta -- uma expansão da curva da oferta --, sem que a curva da procura se modifique. No entanto, as preferências dos consumidores continuam a ser importantes: ainda anda tudo maluco com dietas ricas em proteínas. Apesar das dietas Atkins e South Beach já terem passado de moda, as pessoas não chegaram e reduzir o consumo de carne para períodos pré-dieta, e a dieta paleolítica ainda está em voga; mas nada nos últimos dois meses modificou estas preferências.
Frases famosas 88
Referendo italiano II
domingo, 4 de dezembro de 2016
O referendo italiano
Que se faça disto um referendo à participação no Euro e um plebiscito ao governo em funções é um erro. Mas, ao contrário do que diz Vital Moreira, quem está a cometer o erro não é o eleitorado, é a classe política.
Um déspota
sábado, 3 de dezembro de 2016
Um triste fim
sexta-feira, 2 de dezembro de 2016
Ser insignificante
telemóvel esquecido no quarto
Mera mira moralia
quinta-feira, 1 de dezembro de 2016
Cada cabeça, sua sentença
Pensava eu que era uma mulher moderna porque, há 18 anos, tive dois namorados simultaneamente. Não faço ideia como aconteceu, não foi uma coisa propositada, mas também não andei às escondidas de ninguém. Dava muito jeito: com um havia uma vida social muito activa, com o outro havia conversas mais estimulantes. Uma vez, os meus amigos perguntaram aos namorados, à minha frente, porque é que eles me partilhavam sem armar bronca e eles disseram "Because it's Rita". Depois acabaram o curso ao mesmo tempo e foram à vida. Foi um grande choque ir de dois para zero, repentinamente.
Na entrevista, dizia-se que o enquadramento legal tem, mais ou menos, 20 anos de atraso relativamente às dinâmicas sociais. O que virá daqui a 20 anos, pergunto-me.