quinta-feira, 8 de junho de 2017

Costa e Ferreira

Não gosto do Gomes Ferreira (é assim que se chama, não é?). Na verdade, acho-o um imbecil. No entanto, um entrevistador de políticos não é um entrevistador de talk shows. Não está lá para facilitar, para tornar mais fluída a comunicação do entrevistado. É mesmo suposto as perguntas serem difíceis, desconfortáveis, contraditórias. Que exponham o entrevistado e o obriguem a estruturar o seu discurso não no ângulo que lhe dá jeito, mas no ângulo escolhido pelo entrevistador. É isto que estou habituado a ver no país que me acolhe. Sempre. Quando o entrevistado é bom e tem razão, a exposição acrescida a que é sujeito só o beneficia. Foi o caso de ontem, com o António Costa. Por isso, deixem lá de dizer que não foi uma entrevista, mas um debate. Isso é tudo treta. Foi uma entrevista, como as entrevistas devem ser.

4 comentários:

  1. Ok. Onde estão as entrevistas incisivas, com a acutilancia a roçar o desrespeito e a grosseria, de Gomes Ferreira a Passos Coelho?
    Gomes Ferreira é um político que defende a sua ideologia sob a capa de jornalista sem ter a maçada de ir a votos, até agora. Também outros começaram assim e até nem se deram mal quando se chegaram à frente. Só que uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa.

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    1. Lembro-me de uma entrevista em que apertou muito bem com Gaspar. A verdade é que está entrevista/debate correu muito bem a Costa. Não tem razões de queixa.

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    2. Devemos dizer mal de todos os governos... É o meu mote!

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    3. "Uma entrevista em que apertou muito bem com Gaspar". Deve ter sido como aqueles breves arroubos sadomaso que alguns têm nas noites de paixão...
      Agora a sério, durante os anos de brasa da Troika quando, com razão ou sem ela, boa parte do país espumava de raiva contra Passos e companhia (e lhes furava os tímpanos com a Grândola sempre que tentavam falar em público), só me lembro de um entrevistador na época capaz da agressividade condigna àquele ambiente de tensão: José Rodrigues dos Santos contra... Sócrates!!! Por isso é que o jornalismo português não é para ser levado a sério.

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