O Senado votou hoje para absolver o Presidente Trump, com o Mitch McConnell a votar nesse sentido. Cá para mim vai sair asneira, como tem saído sempre que o GOP salvou o Trump. O Trump não vai sair da política porque é dinheiro fácil, logo daqui a nada vai começar a angariar fundos para a sua próxima eleição e se esses fundos vão para o Trump, não irão para outro candidato.
Não parece que haja grande apetite para voltar ao tipo de política dos últimos anos, em que não há um rumo claro, e um dia diz-se uma coisa e, no outro, outra. Para além disso, é necessário começar a investir na criação de nova tecnologia e de reinventar a economia e esta administração é mais amiga desse tipo de coisas. Suspeito que as empresas não irão dar grande apoio ao lado republicano.
Quem ficou bastante inspirado com os eventos de hoje foram os Democratas. As senhoras que fizeram campanha para eleger o Biden, já decidiram que daqui a dois anos ou vai ou racha porque não querem perder a maioria no Senado.
Ah, por falar em coisas giras da América, enviaram-me uma crónica do Expresso muito engraçada a dizer que a Administração Biden tinha sido muito competente em três semanas porque a capacidade de efectuar vacinas tinha expandido 30%. A matemática da coisa não é muito a favor deste argumento porque se o que define competência é a rapidez de expansão, é óbvio que o Trump ganha ao Biden, dado que o Trump começou do zero e é no início que há maior taxa de expansão.
Por exemplo, se a capacidade passa de uma vacina para 5, então há um aumento de 500%, o que é superior a 30%. De facto, à medida que a capacidade aumenta, fica cada vez mais difícil de ter boas taxas de aumento pela simples razão de o denominador estar sempre a aumentar.
Depois há a questão de o Biden ainda não ter tido tempo para fazer nada que possa ser visto. A negociação das vacinas foi feita pela administração anterior e o plano de implementação também. O Trump até nem se saiu mal porque estava distraído com a campanha eleitoral e não interferiu muito. Enquanto que a UE seguiu a via economicista e negociou com as farmacêuticas para obter o melhor preço, os americanos pagaram mais caro para assegurar a oferta a tempo e horas.
Mas muito do trabalho é feito por pessoas de carreira; não é feito por o que os americanos chamam de "political appointees". E note-se que o Anthony Fauci estava na Administração Trump e agora está na de Biden, logo o essencial é que há uma continuação do trabalho, mas com menos distrações.
A Administração Biden estava a negociar para que as vacinas fossem disponibilizadas nas farmácias ainda este mês; os frascos de vacinas tivessem 14 doses, em vez de 10; e para comprar mais 200 milhões de doses para ser entregues durante o Verão. Note-se que estas vacinas irão provavelmente ter de ter tomadas anualmente, logo no final do verão, têm de já ter negociadas as vacinas para as pessoas que as vão tomar um segundo ano.
Biden quer 100 milhões de doses administradas nos primeiros 100 dias da sua presidência, o que parece ser bastante viável, dado que os EUA estão a administrar 1,6 milhões de doses por dia, logo irá decerto ultrapassar esse objectivo. Neste momento, o total de doses administradas é de 48 milhões.
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