domingo, 12 de novembro de 2023

Indefinidamente

No discurso de hoje, António Costa pinta-se de vítima--não viu nada, como de costume, mas quando foi confrontado com o que supostamente não tinha visto também não agiu: não demitiu imediatamente Galamba, que carrega às costas como se a sua vida dependesse disso, em vez de salvaguardar a reputação da República. Depois anda em negociações com o PR para escolher o seu substituto, e acha que Centeno é o melhor candidato. Centeno, como de costume, presta-se ao serviço necessário para manter o PS no poder.

Nada do que se tem passado em Portugal nos últimos dias abona a favor de Portugal ser considerado uma democracia. Se Costa se demite e a demissão é aceite pelo PR, mas Costa continua em funções, então Costa não se demitiu. Se há uma demissão e, como o LA-C refere, não há um protocolo de continuidade de governação que é observado, então todo este teatro não faz qualquer sentido.

A não ser que o plano seja António Costa começar a distanciar-se do governo para se candidatar a Belém e Centeno seja visto como a melhor hipótese de manter o PS no poder por mais uns bons tempos. Que o PS não sai do poder já era um dado adquirido, dado que o PS não precisa de maioria para governar indefinidamente.

Sem comentários:

Enviar um comentário

Não são permitidos comentários anónimos.