quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Solução? Adiar

Parece-me um acordo que não consegue salvar, apenas adiar. A dívida pública grega cai para 120% do PIB. Suficientemente alta para não conseguir resistir a ataques, especialmente depois da confiança ser abalada com este acordo de default.
Por outro lado, podem e devem recapitalizar os bancos. Mas não há recapitalização que sobreviva a um verdadeiro pânico seguido de uma boa corrida aos bancos. Vamos ver, às vezes adiar problema acaba por ser uma forma de os resolver.
Mas digam-me uma coisa, é impressão minha ou, cada vez mais, a União Europeia, como a conhecemos, depende da performance de Portugal?

6 comentários:

  1. "Suficientemente alta para não conseguir resistir a ataques"

    O que é um ataque? Quem é que inicia esse ataque e porquê?

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  2. Neste caso, um ataque é, simplesmente, não emprestarem dinheiro ao estado grego a taxas de juro baixas. Quem faz o ataque é quem não pára de comprar a dívida grega e quem a detendo a vende. E fá-lo certamente porque, por algum motivo, duvida da capacidade do governo grego para pagar as dívidas. Sendo esse o caso, naturalmente, exige um prémio pelo risco que corre ao comprar dívida pública grega.
    Se tiveres mais alguma dúvida é só perguntares. Estarei aqui à tua disposição.

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  3. Ok, então não é ataque no sentido que lhe dá a imprensa e certos economias de esquerda, ou seja, uma acção premeditada no sentido de prejudicar o país em causa. Se é nesse sentido, estou esclarecido :)

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  4. Já os de direita nunca dizem essas coisas, pois não?

    PS Onde está "Quem faz o ataque é quem não pára de comprar a dívida grega" devia estar "Quem faz o ataque é quem pára de comprar a dívida grega"

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  5. Caro Luís,

    É o sinal dos tempos que numa mesma entrada aparecem as palavras "PIB", "dívida", "default", "bancos", "recapitalização". É quiçá a força da mudança na macroeconomia que só me traz a esperança de que o futuro vai ser melhor.

    Só não consigo "encaixar" o pessimismo do Luís com esta minha especulação sobre o câmbio de euro a 2,500 dólares antes de 2013...

    Obrigado, sempre.

    F

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  6. Sim, dizem todos. Mas nesta questão da dívida soberana, os economistas de esquerda tem sido mais férteis em falácias. E por economistas de esquerda, não me refiro a economistas que são ideologicamente de esquerda (no mesmo sentido de "médicos de esquerda") como o Luis. É mais no sentido de economistas que utilizam os seus conhecimentos económicos para tentar racionalizar uma ideologia. São estes que tendem a caír em falácias, à esquerda e à direita.

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