Reli este fim-de-semana um ensaio do historiador Carlo M. Cipolla intitulado As leis fundamentais da estupidez humana. Este ensaio oferece uma explicação diferente para o progresso (ou retrocesso) de civilizações, países, instituições, etc.
Antes de mais, convém precisar o conceito de estúpido. Um estúpido é alguém que, sem beneficiar nada com isso (pode inclusive prejudicar-se a ele próprio), está constantemente a arranjar problemas e danos aos outros. E fá-lo sem nenhum motivo racional. Estupidamente.
Cipolla está convencido de que se nasce estúpido como se pode nascer moreno ou louro. Não há, portanto, instrução ou educação que resolvam o problema. A estupidez não distingue país, raça, sexo, classe social - a percentagem de estúpidos dos sem-abrigo é igual à da fina flor da sociedade. Em suma, uma pessoa nasce estúpida por vontade imperscrutável e inapelável da Divina Providência.
Além dos estúpidos, Cipolla divide os seres humanos em mais três grandes categorias. Os crédulos: beneficiam os outros prejudicando-se a si. Os bandidos: beneficiam-se prejudicando os outros. E os inteligentes: beneficiam-se a eles e aos outros.
Em vez de preparar defesas, a maioria das pessoas inteligentes cai no erro fatal de desprezar ou, pior ainda, de se associar a um estúpido pensando que o podem manipular. Um estúpido age sem razão, sem um plano preciso, nos lugares mais improváveis e impensáveis. Daí resulta que apanha sempre os outros de surpresa e, como os seus ataques são imprevisíveis, é muito difícil organizar uma defesa racional.
Obviamente, os efeitos nocivos causados por um estúpido são infinitamente maiores quando este tem poder. À primeira vista, parece surpreendente que isso possa acontecer. Mas, pensando bem, não é. O estúpido pode ter herdado o poder. Ou, no caso de uma democracia, não é estranho que seja eleito visto que uma percentagem significativa da população é estúpida e, por consequência, há um efeito de identificação.
O que é que tudo isto tem a ver com o desenvolvimento de uma sociedade? Como vimos, a percentagem de estúpidos é igualmente elevada nos Estados Unidos e no Afeganistão. A diferença é que as sociedades em declínio ou estagnação permitem que os mais estúpidos (incluindo os bandidos e crédulos com elementos de estupidez) se tornem mais activos e cheguem ao poder.
Por exemplo, os EUA criaram um sistema com tantos poderes e contra-poderes que permite que o presidente seja boçal sem que daí venham grandes males ao mundo – há sempre uma percentagem elevada de pessoas inteligentes na retaguarda.
Por isso, as principais razões para o subdesenvolvimento de uma sociedade não são, por exemplo, a geografia ou a exploração dos “imperialistas americanos” - eu sei, eu sei, dá sempre imenso jeito arranjar um bode expiatório. A História demonstra sobejamente que quando há vontade e inteligência todos esses factores são secundários. Segundo Cipolla, o mais importante é evitar que uma percentagem elevada de estúpidos detenha o poder.
Antes de mais, convém precisar o conceito de estúpido. Um estúpido é alguém que, sem beneficiar nada com isso (pode inclusive prejudicar-se a ele próprio), está constantemente a arranjar problemas e danos aos outros. E fá-lo sem nenhum motivo racional. Estupidamente.
Cipolla está convencido de que se nasce estúpido como se pode nascer moreno ou louro. Não há, portanto, instrução ou educação que resolvam o problema. A estupidez não distingue país, raça, sexo, classe social - a percentagem de estúpidos dos sem-abrigo é igual à da fina flor da sociedade. Em suma, uma pessoa nasce estúpida por vontade imperscrutável e inapelável da Divina Providência.
Além dos estúpidos, Cipolla divide os seres humanos em mais três grandes categorias. Os crédulos: beneficiam os outros prejudicando-se a si. Os bandidos: beneficiam-se prejudicando os outros. E os inteligentes: beneficiam-se a eles e aos outros.
Em vez de preparar defesas, a maioria das pessoas inteligentes cai no erro fatal de desprezar ou, pior ainda, de se associar a um estúpido pensando que o podem manipular. Um estúpido age sem razão, sem um plano preciso, nos lugares mais improváveis e impensáveis. Daí resulta que apanha sempre os outros de surpresa e, como os seus ataques são imprevisíveis, é muito difícil organizar uma defesa racional.
Obviamente, os efeitos nocivos causados por um estúpido são infinitamente maiores quando este tem poder. À primeira vista, parece surpreendente que isso possa acontecer. Mas, pensando bem, não é. O estúpido pode ter herdado o poder. Ou, no caso de uma democracia, não é estranho que seja eleito visto que uma percentagem significativa da população é estúpida e, por consequência, há um efeito de identificação.
O que é que tudo isto tem a ver com o desenvolvimento de uma sociedade? Como vimos, a percentagem de estúpidos é igualmente elevada nos Estados Unidos e no Afeganistão. A diferença é que as sociedades em declínio ou estagnação permitem que os mais estúpidos (incluindo os bandidos e crédulos com elementos de estupidez) se tornem mais activos e cheguem ao poder.
Por exemplo, os EUA criaram um sistema com tantos poderes e contra-poderes que permite que o presidente seja boçal sem que daí venham grandes males ao mundo – há sempre uma percentagem elevada de pessoas inteligentes na retaguarda.
Por isso, as principais razões para o subdesenvolvimento de uma sociedade não são, por exemplo, a geografia ou a exploração dos “imperialistas americanos” - eu sei, eu sei, dá sempre imenso jeito arranjar um bode expiatório. A História demonstra sobejamente que quando há vontade e inteligência todos esses factores são secundários. Segundo Cipolla, o mais importante é evitar que uma percentagem elevada de estúpidos detenha o poder.
Caso INSÓLITO
ResponderEliminarDiretor e Presidente de Conselho Executivo/ Diretivo há mais de 20 anos com progressão na carreira como se fosse licenciado sem o ser.
O atual Diretor do Agrupamento de Escolas Dr. João de Araújo Correia, recentemente eleito -16 de julho de 2011- apresentou-se a concurso, como sendo licenciado em Produção Animal na IUTAD quando, afinal, se verificou que nunca completou a licenciatura que diz ter.
De acordo com o Regulamento eleitoral para o cargo de Diretor, aprovado, por unanimidade, pelo Conselho Geral Transitório, os candidatos que prestassem declarações falsas seriam excluídos automaticamente do concurso. A Comissão que acompanhou e verificou todo o processo eleitoral, na sua boa fé, não verificou se o candidato tinha ou não feito declarações falsas; aceitou-as como verdadeiras e, por isso, considerou que o ex Presidente da Comissão Administrativa Provisória, ex Diretor do Agrupamento vertical de Peso da Régua, ex Presidente do Conselho Diretivo/Executivo, reunia as condições para ser candidato a diretor do Agrupamento, vindo a ganhar a eleição com 12 votos contra os 9 que o seu opositor teve, no órgão que o elegeu - o CGT.
Faça-se JUSTIÇA!!!!!
Nunca li Cipolla.
ResponderEliminar"Segundo Cipolla, o mais importante é evitar que uma percentagem elevada de estúpidos detenha o poder."
Cipolla ensina como é que isso se consegue?
Se a estupidez é tão natural como a sede, mas as sociedades em declínio permitem uma maior participação dos estúpidos, o início do declínio é provocado pelos inteligentes?
O início do declínio é provocado pelos inteligentes"?. É uma questão inteligente e a resposta é sim. Desgraçadamente, os inteligentes muitas vezes caem na asneira fatal de pensar que podem controlar e manipular os estúpidos. E isso não é possível, dada a natureza imprevisível destes. Digamos que às vezes os inteligentes agem estupidamente.
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