Verifiquei, confesso que com
alguma surpresa, que Francisco Louçã, no seu livro Portugal Agrilhoado - A Economia Cruel na Era do FMI,
dedica duas páginas a discutir um trabalho que tenho com o Fernando Alexandre e com o Dr. Manuel Correia Pinho. Nesse artigo,
procurámos econometricamente construir uma realidade alternativa, estimando o
que teria sido a trajectória da economia portuguesa caso não tivéssemos aderido
ao Euro. No essencial, chegámos a duas conclusões. Primeiro, Portugal teria
crescido bastante mais se nos tivéssemos mantido fora do Euro. Segundo, não obstante, em
2009, a recessão que teria sido bem pior se não estivéssemos abrigados no Euro.
As considerações que faço nos
parágrafos seguintes não alteram em nada o essencial: não só fiquei muito
contente com tanto espaço dedicado ao nosso trabalho, como também encaro como válidas
as críticas que tece a respeito do nosso exercício. Aliás, as limitações que
Louçã aponta à nossa metodologia são explicitamente assumidas no artigo. Inclusivamente,
numa nova versão do artigo, que disponibilizarei a quem o desejar, somos ainda
mais explícitos nessa assumpção.
É este último ponto que me parece interessante e que me chama aqui à escrita. Enquanto num primeiro momento Louçã aponta diversas limitações ao exercício que fazemos, num segundo momento, talvez por gostar das conclusões a que chegámos, queixa-se de que não retirámos todas as implicações possíveis dos nossos resultados. Pudera, são precisamente as limitações apontadas que nos impedem de olhar para os nossos resultados como se fossem inquestionáveis.
Numa ou noutra passagem, Louçã também refere que no nosso artigo retirámos algumas conclusões a contragosto. Quanto a isso só posso dizer que ninguém nos encomendou este trabalho. Fizemo-lo porque nos apeteceu. Muito pouco, ou mesmo nada, contará nas nossas carreiras. Ou seja, tudo o que lá está está por gosto.
e as economias dilaceradas (algumas durante anos)
ResponderEliminaro euro certamente foi uma boa almofada
mas teríamos crescido mais fora dele?
50 anos de desvalorizações contínuas da lira
provam que ...não é por ter capacidade de imprimir à vontade que...
estagflacção e coiso y tal...
e não foi em 2002 que deixámos de ser atractivos para o investimento
e saem seiscentas ucronias económicas e vinte paraísos do escudo
ResponderEliminaresse de fizemo-lo porque nos deu na gana...é tão socrático...távamos ali no café e apareceu um tipo que tinha pescado uns robalos a mais...e nós pensámos e se fizéssemos mais um matacão que vende 300 exemplares
e ou vai para cortes de papel
ou há um mecenas com uma distribuidora...
comé que vai aquele typo da económica évora que fez um doutoramento ou dois mestrados no vosso couto...
ResponderEliminarlogo o papá Marx perdoa...e seus Louções
ResponderEliminarLuís,
ResponderEliminarpode enviar-me o artigo? A economia é um dos meus calcanhares de Aquiles e como iniciei um curso de informação gostaria de ter acesso a vários pontos de vista sobre Portugal e a entrada na União Europeia. Obrigada
Maria
Posso, claro, contacte-me: aguiarconraria@gmail.com
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