terça-feira, 8 de maio de 2012

Concorrência na Economia Portuguesa

Numa altura em que tanto se fala de concorrência (ou da falta dela), destaco este artigo de João Amador e de Ana Cristina Soares, "Concorrência na Economia Portuguesa: Uma visão sobre os Setores Transacionável e Não-Transacionável", publicado no Boletim de Primavera do Banco de Portugal de 2012. Um excerto:

"O artigo conclui que, embora não haja aparentemente problemas generalizados, existe bastante espaço para melhorias no ambiente de concorrência em vários mercados, especialmente no setor não-transacionável."

29 comentários:

  1. É fracote, não é?

    Concluir que "existe bastante espaço para melhorias no ambiente de concorrência em vários mercados, especialmente no sector não-transaccionável" é obtuso, porque o mercado dos transaccionáveis é o mercado global, e os não- transaccionáveis, por natureza, ou são de monopólio ou oligopólio de facto.

    Ou já estou a ver assim tão mal?

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  2. "os não- transaccionáveis, por natureza, ou são de monopólio ou oligopólio de facto."

    Não irei tão longe. Há imenso não-transaccionáveis que não têm poder de monopólio. Barbeiros e mercearias, por exemplo.

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  3. seria mais interessante que o artigo desagregasse mais os sectores. ficamos sem saber em que sectores há de facto poder de mercado. por outro lado parece-me que se esqueceu das importações.

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  4. Luís,

    Com "imenso não transaccionáveis que não têm poder de monopólio" e o meu Amigo arranja-me duas actividaes em vias de extinção.

    Há dias dizia-me o Ribeiro, instalado há décadas num local central em Lisboa, que agora trabalha sozinho (tem seis cadeiras) porque cada vez há mais gente a cortar o cabelo em casa, ou vão aos unisexos dos centros comerciais, mas mesmo esses não se aguentam por muito tempo. Não aumenta os preços há dez anos, e é o que vê.

    Quando a merceeiros (não incluo, para este efeito, o engenheiro Belmiro nem o senhor Alexandre Soares dos Santos), dou o exemplo do Nicolau, um velho amigo com loja aberta há cinquenta anos na Rua da Repúblca na Figueira que não sabe o que fazer à loja nem a loja a ele. Com oitenta e quatro, não tem sucessor nem comprador para o estabelecimento. Mas entretem-se o dia todo na loja e à noite, como sempre, puxa do saxofone e ensaia. É o decano, com enorme diferença para o segundo, da filarmónica local.

    De modo que, sem poder tirar conclusões de uma amostra baseada nos meus conhecimentos pessoais, posso afiançar-lhe que barbeiros e meceeiros são transaccionáveis até demais.

    Tanto que ninguém lhes dará um cêntimo pelos negócios.

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  5. Não-transacionáveis que acho que não estão em vias de extinção e que têm muita concorrência:

    - Cabeleireiros (na verdade, acho que a diferença entre "barbeiro" e "cabeleireiro" é pouco mais do que estética, mas já que o RF usa essa diferença para por os barbeiros nas actividades em vias de extinção...)

    - Cafés/pastelarias (uma actividade que até costuma crescer durantes as crises económicas, já que o plano B do desempregado que não consegue arranjar um novo emprego é pegar no dinheiro da indeminização e abrir um café)

    - Restaurantes

    - Oficinas de automóveis

    - Construção civil (neste momento está completamente parada, é verdade, mas não acho que esteja em vias de extinção, já que as pessoas e negócios precisarão sempre de casas - a paragem da construção é simplesmente conjuntural)

    - Lojas de arranjos de roupa

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  6. Miguel,

    Obrigado pelo seu contributo.
    De qualquer modo por que é que cabeleireiro é não transaccionável?
    Não estão eles em concorrência com todos quantos trabalham no ramo nas redondezas? É certo que há cabeleireiros e cabeleireiros. Há aqueles que não concorrem em preço porque têm uma marca... Mas as marcas concorrem entre elas.
    A menos que consiga arruinar as outras. Não penso que isso esteja, ou venha, a acontecer.

    Cafés, restaurantes, oficinas de automóveis, não concorrem abertamente uns com os outros? Se o Miguel tem pópó e ele precisa de bate chapa, o Miguel não procura saber quem faz melhor e mais barato? E nos restaurantes é-lhe indiferente o preço? E se manda arranjar a roupa não cuida de saber onde consegue isso de modo mais económico?

    Finalmente, a construção civil. Se pretende construir ou comprar casa, se quer fazer obras, não faz uma sondagem ao mercado, não pede orçamentos?

    Acho que não devemos estar a falar da mesma coisa quando falamos de não transaccionáveis.

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  7. Caro Rui, quando se fala em nao transaccionaveis esta-se a falar de sectores protehidos da concorrencia externa. E nesse sentido que os restaurantes sao nao transaccionavis, se o restaurante da sua preferencia amentar os precos dificilmente o Rui opta por ir a um restaurante espanhol.

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  8. Onde escrevi restaurante espanhol queria, obviamente, dizer restaurante em Espanha.

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  9. Caro Luis,

    Considerar como não transaccionável apenas os sectores não sujeitos a concorrência externa parece-me uma restrição que carece de algum sentido. Porquê apenas a concorrência externa? A concorrência, quando existe, tem os mesmos efeitos económicos quer seja externa quer interna.

    Há actividades que são, naturalmente, de âmbito local. Mas isso não determina menos transaccionabilidade (nem sei se o termo existe) entre os agentes envolvidos se a concorrência funcionar entre eles. Aliás, o estudo citado não distingue a origem da concorrência.

    Faz sentido distinguir, para este efeito, a origem da concorrência num mercado único como a UE? Se uma empresa vende 20% em Portugal e 80% em Espanha é mais transaccionável do que se ocorrer o contrário, quando a mesma empresa se confronta tanto em Portugal como Espanha sobretudo com concorrentes finlandeses, por exemplo? E se os principais concorrentes forem norte-americanos, altera-se a condição de mais ou menos transaccionável? Penso que não.

    Penso que o conceito só faz sentido na análise económica se distinguir entre sectores em concorrência (externa ou interna) e sectores protegidos da concorrência (total ou parcialmente). Os SMAS de Sintra, que me fornecem a água, pertencem aos não transaccionáveis, e portanto aumentam o preço como lhe dá na real gana porque eu não tenho alternativa. Mas a CP (um monopólio no transporte ferroviário de passageiros) é transaccionável porque está sujeita à concorrência dos rodoviários e dos meios particulares de transporte.

    Mas reconheço que as fronteiras são em muitos casos discutíveis.

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  10. Mas isto não é uma questão de restrição ou não. É uma mera definição (tradables vs nontradables). E essa é a definição usual. Parece-me que o Rui está a falar de sectores concorrenciais vs não concorrnciais.

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  11. Peço desculpa pela insistência mas para as actividades sujeitas à concorrência externa já há designação: exportáveis e não exportáveis.

    Concorrenciais ou não concorrenciais, são expressões que se utilizam geralmente entre empresas: concorrem ou não concorrem entre si. O termo também é usado, por vezes, no sentido de competitividade. É concorrencial se é competitiva.

    Já agora, para clarificar o meu ponto de vista, tomemos um caso concreto: a produção de embalagens (não interessa quais) não é concorrencial a distâncias superiores a 100 quilómetros em consequência do peso do custo do transporte no custo final. Assim uma fábrica instalada em Albarraque não é concorrencial em Badajoz. Mas uma fábrica da mesma empresa em Elvas já é. Ambas as fábricas são transaccionáveis (Albarraque pode estar em concorrência com uma fábrica situada em Torres Vedras, por exemplo)mas só a segunda é concorrencial na exportação, produz exportáveis.

    O termo transaccionável refere-se sobretudo ao ambiente concorrencial. Se esse ambiente existe é transaccionável; se não, não é.

    É por esta razão que o termo é muitas vezes difícil de atribuir. Para Pedro Lains, por exemplo, o conceito não faz sentido (ou não fazia há algum tempo)

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  12. "O termo transaccionável refere-se sobretudo ao ambiente concorrencial."

    Rui Fonseca, lamento, mas não é o Rui que escolhe o significado das palavras. Esse que eu lhe expliquei é a definição típica entre economistas. O Rui Fonseca pode concordar ou não, mas isso é um bastante irrelevante. Quer o Rui Fonseca concorde ou não, quando um artigo publicado no Boletim do Banco de Portugal diz que há falta concorrência "especialmente no setor não-transacionável" é isso que ele quer dizer.

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  13. "Se uma empresa vende 20% em Portugal e 80% em Espanha é mais transaccionável do que se ocorrer o contrário, quando a mesma empresa se confronta tanto em Portugal como Espanha sobretudo com concorrentes finlandeses"

    Bem, se a empresa está em concorrência com produtos finlandeses feitos na Finlândia, pertence ao sector transacionável, mesmo que só venda em Portugal.

    Agora, um exemplo de como a distinção entre sectores transacionáveis e não-transacionáveis faz sentido:


    Imagine-se uma economia aberta perto do pleno emprego; então, por qualquer razão, essa economia apanha com um choque macroeconómico expansionista.


    Estando a economia perto do pleno emprego, esse choque expansionista vai provocar sobretudo um aumento de preços, mas tal vai ocorrer de forma diferente nos diversos sectores económicos: nos sectores transacionáveis, que estão em concorrência com o resto do mundo, os preços não podem subir muito e a sua quota de mercado vai reduzir-se; pelo contrário, no sectores não transacionáveis os preços podem subir à vontade (e o facto de haverem muitas empresas em concorrência em cada sector é irrelevante, já que como estão todas sujeitas às tais pressões inflacionárias, sobem todas os preços).

    Assim, o tal aumento da procura fai originar:

    - nos sectores transacionáveis, um aumento de preços abaixo da inflação, com uma redução dos rendimentos reais (e provavelmente da quantidade) das pessoas que lá trabalham

    - nos sectores não-transacionáveis, o oposto: aumentos de preços acima da inflação, aumento dos rendimentos reais e mais gente a trabalhar lá

    Ou seja, a distinção entre sectores transacionáveis e não-transacionáveis é útil para prever o efeito de certas politicas sobre diferentes sectores da economia.

    Já agora, noto uma tendência para alguma pessoas julgarem que transacionável/não-transacionável tem a ver com muita concorrência/pouca concorrência (já noutro post o Nuno Gaspar parecia estar a usar as palavras nesse sentido); gostava de saber de onde é que veio esse significado alternativo (até porque nem é um significado que se possa deduzir intuitivamente do nome - não me parece que a expressão "não-transacionável" leve intuitivamente a pensar em "pouca concorrência"; mais facilmente levaria a pensar em "economia não-mercantil": serviços públicos, sobrinhos a tomarem conta de um tio inválido, batatas cultivas num vaso na varanda, etc.)

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  14. Caro Luis,

    A sua paciência não é imensa mas eu vou solicitar-lhe apenas mais um pouco dela.

    "Bens transaccionáveis" são aqueles que, estando sujeitos à concorrência internacional, se transaccionam no mercado internacional, sendo, do ponto de vista de um país, exportáveis e importáveis; mercadorias e bens primários (commodities), sobretudo ..." lê-se a pgs. 46 de "Perceber a crise para encontrar caminho ", Vitor Bento.

    Segundo esta definição não há distinção entre o conceito transaccionável e exportável. Tudo o que é exportável é transaccionável, tudo o que é transaccionável é exportável. Porquê, então haver dois quando a clareza pede apenas um?

    As embalagens de cartão canelado produzidas em Albarraque são exportáveis mas não são transaccionáveis (não são competitivas) nem em Badajoz nem em Elvas, do meu ponto de vista. Mas usando o conceito que retirei do livro de VB, são. Nada impede a sua exportação e, em casos limite, quando vale a pena vender para cobrir parcialmente custos fixos (conseguir alguma margem bruta) são exportáveis ... mas, geralmente, não as exportam.

    Eu sei que se generalizou o conceito transaccionável como sinónimo de exportável. Só não percebo, então, é por que razão há duplicação.

    Quando no "Boletim do Banco de Portugal se diz que há falta de concorrência especialmente no sector não transaccionável" isso quer dizer que os autores
    disseram uma redundância. Pois se o sector não transaccionável é, por definição, qualquer que ela seja, o sector protegido da concorrência (externa, ou interna e externa, tanto faz) é óbvio que há falta de concorrência no sector não transaccionável.

    Foi essa redundância a razão pela qual comecei por criticar o relatório.
    O resto veio por acréscimo.

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  15. Rui, em modelos de (Macro-)Economia Internacional a distinção é bastante importante, porque os bens transaccionáveis (usando a definição comum) estão sujeitos à lei do preço único (depois de corrigidos os custos de transporte, tarifas de importação e outros custos de transacção). Já os do sector não transaccionável não estão sujeitos a essa lei. Pelo que uma dada política terá efeitos assimétricos nos diferentes sectores. Por exemplo, suponha que o governo duplica o salário mínimo. Os sectores não transaccionáveis poderão reflectir parte do aumento de custos no preço, dado que não estão sujeitos à lei do preço único internacional. Já os do sector transaccionável não poderão reflectir o aumento de custos no preço pelo que acabarão por ter de reduzir os custos e, eventualmente, despedir trabalhadores levando a um aumento do desemprego.
    Ou seja, mesmo num sector não transaccionável que seja altamente concorrencial, o choque de política interna pode reflectir-se nos preços de equilíbrio. Num sector transaccionável, mesmo que a concorrência seja fraca, o preço de equilíbrio manter-se-á inalterado, dado que Portugal é um país demasiado irrelevante para alterar os preços de equilíbrio internacionais.

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  16. "Eu sei que se generalizou o conceito transaccionável como sinónimo de exportável. Só não percebo, então, é por que razão há duplicação."

    Eu não sei o que se passou na cabeça de quem inventou a a expressão "bens transacionáveis", mas suspeito que a razão para terem criado esse nome em vez de terem ficado apenas com a expressão "bens exportáveis" é que os "bens transacionáveis" cobrem tanto os "exportáveis" como os "importáveis"; é verdade que, olhando para cada bem concreto, os bens "exportáveis" e "importáveis" são os mesmos, mas no contexto de um frase provavelmente tem significados ligeiramente diferentes. Compara-se as frases seguintes:

    a) "Os sector produtores de bens exportáveis têm perdido competitividade"

    b) "Os sector produtores de bens exportáveis e/ou competitivos de importação têm perdido competitividade"

    c) "Os sector produtores de bens transacionáveis têm perdido competitividade"

    A a) não tem exactamente o mesmo significado que a b) ou a c) - a a) dá a entender que a situação é só as exportações estarem a perder competitividade, quando há também uma situação das importações estarem a ganhar competitividade. A b) e a c) são iguais, mas a b) é mais sucinta.

    "Pois se o sector não transaccionável é, por definição, qualquer que ela seja, o sector protegido da concorrência (externa, ou interna e externa, tanto faz)"

    Não é essa a definição - não só há sectores não transacionáveis com concorrência (ver post lá atrás), como podemos ter sectores transacionáveis sem concorrência (as versões originais das músicas dos Beatles são um produto sem concorrência - só há um vendedor - mas podem ser vendidas no mercado internacional).

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  17. Desculpem a intromissão no vosso debate. Creio que, no limite, a distinção entre "transaccionáveis" e "não-transaccionáveis" prende-se com o maior ou menor peso do custo de transporte no valor do bem. Convencionou-se que os serviços pertenciam ao segundo grupo e os bens manufacturados ao primeiro. Mas é apenas uma convenção. Pode haver bens manufacturados com custos de transporte bem mais elevados do que alguns serviços.

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  18. "podemos ter sectores transacionáveis sem concorrência (as versões originais das músicas dos Beatles são um produto sem concorrência" - MM

    "a distinção entre "transaccionáveis" e "não-transaccionáveis" prende-se com o maior ou menor peso do custo de transporte no valor do bem" - JCS

    "os bens transaccionáveis (usando a definição comum) estão sujeitos à lei do preço único" - L A-C

    ??? - RF

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  19. Rui, repare que a definição do Cerejeira e a minha coincidem. Eu falei em lei do preço único mas acrescentei "depois de corrigidos os custos de transporte (...)".
    O Miguel Madeira também dá a mesma definição que nós, embora por outras palavras. O exemplo dos Beatles é engraçadíssimo, nunca dele me tinha lembrado.

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  20. Não se percebe o interesse de meter no mesmo saco cabeleireiros ou mercearias e electricidade ou concessões de pontes e autoestradas. Ou, ainda menos, discos dos beatles e farelo de soja, criações artísticas e commodities. Isso servirá para esclarecer ou para baralhar?

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    1. Na electricidade tenho dúvidas se deve ficar no transacionável ou no não-transacionável.

      A respeito do interesse que tem meter no mesmo saco - porque o efeito das politicas económicas sobre sobre os mercados da construção e dos barbeiros é parecido e diferente do efeito das mesmas políticas sobre os mercados de mármores ou de conservas de sardinha (ver meu comentário das 11:32 ou o comentário do LA-C das 11:48).

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    2. "o efeito das politicas económicas sobre sobre os mercados da construção e dos barbeiros é parecido"
      É. Com a taxa de juro afundada pela entrada no Euro os barbeiros ficaram quase tão ricos como os construtores civis. E agora que a festa acabou também foram os primeiros a bater à porta dos centros de emprego. Não foi?

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  21. Luís,

    Não percebo o que entende, neste caso, por "preço único". Para além das commodities com cotações em bolsas não sei de mais produto nenhum transaccionado nos mercados internacionais que esteja tabelado, exceptuando o crude, que está "legalmente cartelizado". Até porque não seria permitido por lei.

    O Miguel deu o exemplo dos Beatles, como poderia dar o exemplo da Boeing, da Airbus, da BMW, Mercedes, Ipad, etc., mas nem têm preço único nem estão protegidos da concorrência. Se as versões originais dos "Beatles" se vendessem sem concorrência atingiriam os preços dos quadros mais famosos, não porque não tivessem concorrência mas porque não havia outros. Deixariam de ser "produtos" para passarem a ser "relíquias".

    Não é isso que acontece. Se estamos a falar de "produtos" e não de "relíquias", os preços dos CD dos Beatles estão em linha com os preços de outros artistas que foram ou ainda são igualmente famosos, mas variando de mercado para mercado, de distribuidor para distribuidor .

    Aliás, nós que não exportamos as versões originais dos "beatles", o que é que exportamos que não se confronte com a concorrência estrangeira?

    Segundo o conceito generalizado, como atrás referi, "transaccionáveis" são necessariamente "exportáveis" e "exportáveis são necessariamente "transaccionáveis". Há, neste caso, sobreposição. Ou não?

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  22. "Não percebo o que entende, neste caso, por "preço único"."

    http://en.wikipedia.org/wiki/Law_of_one_price (em particular, porque é que tem mais a ver com o que estamos a discutir, leia a parte referente ao Efeito Balassa-Samuelson.)

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  23. É evidente que existe sobreposição entre exportáveis e transaccionáveis. Mais precisamente, Os primeiros são um subconjunto dos segundos.

    Quanto aos Beatles, pareceu-me um exemplo engraçado, só isso. E penso que foi essa a intenção do Miguel. Não lhe achou piada?

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  24. Não lhe achou piada?

    Achei, claro que achei.
    Afinal se isto não tivesse piada para que é andávamos para aqui a desembrulhar conceitos?

    Já agora, a propósito de conceitos, tenha paciência e ouça lá esta.
    Há já uns anitos envolvemo-nos numa dialética que deu um relambório maior que este. O meu Amigo defendia o "casamento gay", eu contestava a confusão de conceitos. Para mim não é por chamar faisão a uma galinha que as duas aves são a mesma coisa. O Luís foi aos arames e rematou a discussão perguntando: "E se for Kasamento", aceita? Não aceitei.

    Acontece que este mundo dá muitas voltas e há dias eu e minha mulher fomos convidados para um casamento gay. Aceitámos o convite. E lá iremos desejar (com toda a sinceridade) as maiores felicidades aos noivos.

    Mas, Luís, aquele acto para mim continua a não ser um casamento.
    Só isso.
    E agora vou reler o efeito Samuelson-Balassa. Ou vice-versa.
    Abç

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  25. "Mas, Luís, aquele acto para mim continua a não ser um casamento."

    Muitos dirão que nem sequer é um acto, é um mero ato.

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  26. "Aliás, nós que não exportamos as versões originais dos "beatles", o que é que exportamos que não se confronte com a concorrência estrangeira?"

    Creio que a cortiça anda perto (e o volfrâmio/tungsténio quando alguém lhe ligava) - ok, há concorrência mas andamos perto de ser um oligopólio dominante.

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  27. Miguel,

    A minha cultura internética é vastíssima.
    Veja o que eu sei:

    Volfrâmio: A produção mundial em 2008 foi de 62200 tons. Em Portugal foram extraídas 900 tons., qualquer coisa como 1,5%. Oligópio dominante? As reservas conhecidas, segundo a mesma fonte, não dão para mais 5 anos. Isto é, devem estar a acabar se, entretanto, não descobrirem novo filão.

    Cortiça - Em Portugal produz-se 50% do total mundial. Mas ainda que tenham sido descobertas outras aplicações, os produtos sucedâneos das rolhas estão a aumentar as quotas por quase todo o lado. E os sucedâneos também são concorrência.

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