por Cristóvão de
Aguiar
Fico néscio, irritado, azedo e o mais
que se quiser pôr na carta com a obscena embustice, muito bem concebida e regada
com penicos de retórica e de circunspecta astúcia que, há pouco, nos atirou à
cara, na presença da Ministra das Finanças, sua irrevogável recém-inimiga figadal
e agora colaça, o cristão velho, convicto, de missa e comunhão regular, Paulo
Portas, o paladino das feiras e das freiras, o mosqueteiro dos reformados,
idosos e pensionistas, o santo padroeiro dos humildes, dos sem-abrigo, o provedor
dos pobrezinhos, das viúvas e das donzelas desencaminhadas – sobre o fim da
austeridade por ele decretada, em conferência de imprensa, sem que nenhum
jornalista lhe tivesse atirado um sapato iraquiano como há anos fizeram a Bush
filho… Um fino cultor do malabarismo da palavra, cristãmente envenenada, para
se tornar mais corrosiva, que só o senhor Artur Lima, irritante figura
quiasmática, na Ilha Terceira, do grupo da cristandade centrista, que não das
maneiras delicadas e delico-doces do seu presidente de partido, como se viu
nas últimas autárquicas sempre que se referia ao adversário Álamo Menezes,
eleito Presidente da Câmara de Angra, poderá deslindar em linguagem mais chã a
razão ou as razões por que o seu chefe mente tanto…
Vou-me perguntando, em passo
estugado, se haverá cristianismo ou outra filosofia humana capaz de consertar ou
concertar os caboucos esborralhados que o tempo e as gentes foram deixando
ruir, esquecendo-se de os reerguer com pedras, argamassa e alguns dos princípios
essenciais como o de lavar as partes pudendas e fazer a higiene oral antes da
deita…
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