As empresas de automóveis, sensatamente, usam uma rede para
organizar os seus milhares de fornecedores. Mas não usam uma rede para conceber
os seus carros. As redes não têm uma estrutura de liderança centralizada, o que
torna muito mais difícil alcançar o consenso e definir objectivos. As redes não
conseguem pensar estrategicamente e são propensas ao erro. Como é que se tomam
decisões difíceis acerca de tácticas ou estratégias quando todos têm igual peso
nas decisões? Este é um exemplo dado por Malcolm Gladwell para mostrar que as
grandes organizações, mesmo as mais democráticas, não conseguem funcionar
através de sistemas em que todos votam, em todos os assuntos.
E os projetos de sofware open-source? Não serão concebidos em "rede"?
ResponderEliminarJá agora, o que quer dizer, exatamente, que usam uma "rede" para organizar os fornecedores? Que as várias fábricas têm autonomia para decidir a que fornecedores comprar? (Imagino que quem esteja familiarizada com o exemplo de Gladwell perceberá o que "rede" quer dizer nesse contexto, mas quem não esteja, como eu, fica na dúvida)
Deixo abaixo o site onde se pode ler o texto de Gladwell publicado em 2010 na New Yorker. O texto intitula-se: "Small change: Why the Revolutions will not be Tweeted". O ponto é que as redes (networks) são o oposto das estruturas hierárquicas, ou seja, não têm um comando central, com funções e procedimentos bem definidos e em que os laços entre os elementos que compõem a rede são fracos (weak ties). As redes podem ser excelentes para trocar informações e para pequenas mudanças, mas não para fazer revoluções ou fazer carros que exigem uma estrutura bem organizada. Em relação à tua questão em concreto, o Gladwell não desenvolve, mas sim, penso que é isso, as fábricas de automóveis têm alguma autonomia, não há uma autoridade central a distribuir as peças ou componentes pelas várias fábricas espalhadas pelo mundo.
Eliminarhttp://isites.harvard.edu/fs/docs/icb.topic980025.files/Wk%2011_Nov%2011th/Gladwell_2010_Small_Change.pdf