quarta-feira, 5 de julho de 2017

Há alternativas aos relvados

Por que motivo milhões de pessoas por esse mundo fora gostam de pôr relvados à frente das suas casas? Porque acham bonito, dirão. Talvez. OK, mas por que motivo pensam as pessoas assim? Há uma história dos relvados e o desconhecimento dessa história talvez leve muitos a não considerarem outras possibilidades: porque não um jardim japonês ou algo de completamente novo? Na Idade Média, a nobreza de Vale do Loire em França começou a usar os relvados. Era uma forma de dizerem ao mundo: sou tão rico e poderoso que posso dedicar vários hectares a relva que não serve para absolutamente nada de útil. A partir de determinada altura, o poder de cada família nobre era visto pelas condições do seu relvado. As monarquias e a nobreza caíram, mas ficou este símbolo de poder e prestígio, e alastrou ao resto do mundo. Com os cortadores de relva do século XX, a classe média passou a ter também o seu pequeno relvado. Hoje, nos EUA, a seguir ao trigo e ao milho, a semente de relva é a mais plantada. Este é um exemplo dado por Yuval Noah Harari em "Homo Deus" para percebermos que só conhecendo o passado nos podemos libertar dele e imaginar um futuro diferente, ou melhor, vários presentes e futuros possíveis.


4 comentários:

  1. Leu "Homo Deus"
    Se não leu ainda, não deixe de ler "Sapiens" do mesmo autor.
    Fascinante e aterrorizador.

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    1. O "Homo Deus" é de facto fascinante. Ainda não li o "Sapiens", obrigado pela sugestão.

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  2. De qualquer maneira, eu diria que o relvado tem uma enorme vantagem sobre outras decorações (nomeadamente decorações vegetais) - permite fazer outra coisa em cima dele (apanhar sol, jogar algum jogo, brincar com o cão ou gato, etc.), enquanto flores ou um lago não (ou imagine alguém estender-se ao sol num jardim plantado com figueiras-da-índia)

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    1. O meu texto não é contra os relvados; convém é perceber donde vem essa preferência pelos relvados e, percebendo, talvez pensemos noutras opções, ou não.

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