Nesta última semana, tivemos mais um outro tiroteio na Florida, o que talvez fosse notícia, mas como o Senador John McCain (Republicano, representante do Arizona) faleceu na tarde de Sábado, toda a atenção está a ser focada na reacção do Presidente Trump à morte de McCain. Convenhamos que Trump enfiou-se numa situação má ao criticar McCain sabendo de antemão que a saúde do Senador estava fragilizada. Mas mesmo depois da morte de McCain, o Presidente Trump continuou a faltar ao respeito à memória e ao legado de McCain, que até era a voz mais anti-Trump com assento no Congresso.
Apesar do protocolo ditar que quando um membro do Congresso morre, a bandeira fica a meia haste no dia da morte e no dia seguinte, o normal é o Presidente assinar uma proclamação que prolongue este acto, como forma de honrar o defunto, o que Trump não fez; hoje acordámos e a bandeira da Casa Branca já não estava a meia-haste. Os ânimos exaltaram-se bastante e da maneira que as coisas caminham, o enterro de McCain será transformado numa marcha anti-Trump que unirá pessoas da Direita e da Esquerda americanas.
Não é propriamente surprendente, pois se McCain é conhecido por alguma coisa é mesmo pela sua capacidade de conseguir apoio à esquerda e à direita. (Noto que ainda não consigo pensar em "McCain era"; no Domingo, quando soube da sua morte senti alguma confusão, pois no Sábado tinha sido anunciado que ele iria prescindir de tratamento, mas não entendi que já estivesse tão próximo da morte.) No funeral, Barack Obama e George W. Bush, que têm em comum terem derrotado John McCain em eleições presidenciais, irão proferir panegíricos (é este o termo para "eulogy" em português?).
Na Casa Branca, o Presidente tentou focar a atenção no acordo de comércio internacional com o México, dizendo que era necessário mudar o nome do acordo, pois NAFTA (North-American Free Trade Agreement) tem uma conotação negativa -- até parece que NAFTA é um hotel ao qual se dá um banho de tinta e se muda o nome para tentar passá-lo por novo. Só que o México e o Canadá são "BFFs" e será difícil conseguir um acordo apenas com o México, para além de que o México deve estar preocupado com coisas mais importantes do que o nome do acordo.
A vida na América prossegue com o Presidente Trump a agir como um elefante numa loja de porcelana...
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