Começo com esta expressão tão comum do nosso Primeiro
Ministro porque foi a sua entrevista à LUSA, de que li excertos no Diário deNotícias de hoje, que me levou a, não perdendo o balanço destes últimos
dias em que escrevi sobre a revolução que começou e vai continuar este ano com
o ensino a distância nas nossas escolas, dizer mais sobre o assunto.
Que disse António Costa? Segundo a entrevistadora, ele
afirmou que no próximo ano letivo haverá acesso
universal dos alunos dos ensinos básico e secundário à Internet e a
equipamentos informáticos, e, questionado se cada aluno vai ter um computador,
respondeu: “É muito mais do que isso. É muito mais do que ter um computador ou
um tablet. É ter isso e possuir acesso garantido à rede em condições de
igualdade em todo o território nacional e em todos os contextos familiares,
assim como as ferramentas pedagógicas adequadas para se poder trabalhar
plenamente em qualquer circunstância com essas ferramentas digitais".
Ora bem. Com essa afirmação, o
Primeiro Ministro prometeu as bases para que se possa iniciar, de facto, uma
revolução na educação e ensino em Portugal aproximando-nos de padrões que já
existem noutros países e com os quais não podemos competir precisamente porque
nos faltam os alicerces para a construção de uma realidade diferente. O que se passou agora por causa do Covid-19
empurrou os decisores para uma educação a distância para a qual poucos estavam
preparados, mas mesmo os que estavam tinham obstáculos, dentro e fora dos estabelecimentos,
porque regra geral não dispunham de condições para ter completo êxito.
Por muito que louvemos a
maneira como se conseguiu, apesar de tudo, pôr em execução um programa “de
salvação” do ano escolar, convenhamos que o que aconteceu e vai continuar a acontecer
nas próximas semanas é um arremedo de educação a distância. Ninguém estará
convencido que se está em presença de uma solução para repetir, ainda que eu vá
seguir com atenção o desenrolar desta verdadeira experiência.
O importante, porém – e aí está
o relevo que dou às palavras do Primeiro Ministro – é que parece que o Ministério
da Educação terá entendido considerar vital desenvolver a utilização das tecnologias
nos seus programas. Ninguém quer acabar com o ensino presencial, creio eu. O que
se quer é que os professores e alunos tenham a possibilidade de ter as
tecnologias operacionais para, sempre que necessário, as utilizem no desenvolvimento
do currículo.
Normalmente,
tenho grande compreensão quando as promessas de governantes não são cumpridas.
Mas, senhor Primeiro Ministro, se isso acontecer com esta, não lhe vou perdoar.
Vamos
lá ver!
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