A Rússia é o maior fornecedor de gás natural líquido da União Europeia; mas, em 2018, durante a administração Trump, os EUA assinaram um acordo com a UE exactamente para facilitar o acesso de gás americano ao mercado europeu. Desde então, as exportações americanas para a Europa aumentaram e, em Dezembro de 2021, metade das exportações dos EUA foram mesmo para a UE, o que constituiu um recorde. O Sr. Putin decerto que não está muito satisfeito com os americanos e europeus.
Parece-me que o objectivo dos EUA é fazer à Rússia o que fez ao Médio Oriente: reduzir o seu poder de mercado. Dado que os americanos agora são exportadores de gás natural, quando a Rússia causa problemas que aumentam o preço, fica mais atractivo para os americanos exportarem. Tal como eu escrevi em 2015 sobre a Arábia Saudita, esta estratégia de manter preços de energia altos favorece os americanos.
Nos EUA, os preços domésticos de gás natural também aumentaram e muitos dos meus vizinhos andam no NextDoor a queixar-se da alta conta de gás natural que receberam no último mês (a minha conta de gás cá em casa foi de $377 referente ao período de 8 de Janeiro a 8 de Fevereiro, mas eu acendo a lareira muito frequentemente). Só que os americanos têm dinheiro para pagar a conta: queixam-se que são pobrezinhos, mas até estão bastante bem dadas as circunstâncias: a mediana dos activos líquidos de uma família americana é de mais de $121 mil. E mesmo os mais pobres têm acesso a programas que os ajudam a pagar a conta de energia.
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