Durante muito tempo, os intelectuais marxistas, por
cegueira ideológica, não viram (ou não quiseram ver) e não perceberam as
terríveis consequências do comunismo. Pior: as barbaridades sem nome dos países
comunistas pareciam-lhes justificáveis em nome de um futuro radioso. O
sofrimento dos povos era o caminho para a redenção e a salvação da humanidade –
como é sabido, o marxismo abarca muita da escatologia cristã tradicional, mas
adiante. Tratava-se, pois, aos olhos dos marxistas, de uma “destruição
criativa”, dos escombros do capitalismo nasceria uma sociedade mais justa e
humana, expurgada da maligna propriedade privada, considerada a origem do mal.
E carradas de políticos e intelectuais (alguns extremamente inteligentes e brilhantes) acreditaram piamente nestas profecias, que, contra
toda a evidência, tomavam como “científicas”. Em suma, fossem quais fossem os
custos no presente valia a pena impô-los aos outros pelos maravilhosos
benefícios do longo prazo.
Por mais estranho que pareça, há semelhanças
inquietantes entre o fanatismo marxista e os seus “amanhãs que cantam” e o discurso
do primeiro-ministro, perdão, do nosso amigo "Pedro". Escreveu ontem no Facebook
o "Pedro":
“A eles, e a todos vós, no fim deste ano tão difícil em
que tanto já nos foi pedido, peço apenas que procurem a força para, quando
olharem os vossos filhos e netos, o façam não com pesar mas com orgulho de quem
sabe que os sacrifícios que fazemos hoje, as difíceis decisões que estamos a
tomar, fazemo-lo para que os nossos filhos tenham no futuro um Natal melhor.”
Os “sacrifícios” de hoje, as “difíceis decisões” do
presente são, pois, o preço a pagar por um futuro melhor. O que é isto senão um
acto de fé?
Sem comentários:
Enviar um comentário
Não são permitidos comentários anónimos.